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Com a pesquisa Youthspeak, a AIESEC quer ouvir o que você pensa!

Em 2015, centenas de membros da AIESEC estiveram em Gurgaon, na Índia, para participar do Congresso Internacional da organização. Lá, criaram um projeto de intercâmbio cultural entre Rússia e Ucrânia afim de fomentar a paz entre os dois países.

Este é o tipo de trabalho que move os jovens encarregados do Youthspeak, um movimento criado pela AIESEC com o propósito duplo de ouvir a voz da juventude (que hoje soma 1,8 bilhão de pessoas) e colocar em prática ações para moldar o mundo.

O grupo trabalha hoje para reforçar a ideia de um movimento guiado pela AIESEC, mas com uma marca própria e capaz de levar seus resultados para tomadores de decisão.

O que é Dividido entre o Youthspeak Survey e o Youthspeak Forum, o movimento surgiu em 2012 com uma pesquisa mundial voltada para educação e o mercado de trabalho. Mais de 40,000 jovens responderam ao questionário online ao longo de dois anos, 778 brasileiros.

Em 2015, a organização resolveu fazer uma pesquisa relacionada aos novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) da Organização das Nações Unidas. “O objetivo é ouvir de forma mais abrangente o que o jovem pensa: como o mundo será moldado e quais são seus valores”, explica Amanda Cardoso, gerente de desenvolvimento de negócios da AIESEC Brasil.

Aberto a todos, o questionário fica disponível até março de 2016 e já conta com 55,000 respostas – 9,500 delas brasileiras. A América Latina, inclusive, responde por 14,000 deste total. O survey pode ser preenchido em cinco minutos e pede opiniões sobre o futuro do país, do mundo e objetivos de vida, entre outras.

Leia também: AIESEC: desenvolvendo liderança por meio de intercâmbios

Resultados parciais Alguns dados se destacam, segundo ela. De acordo com as respostas mundiais até agora, a maior fonte de influência social é o governo, viajar, ensinar ou construir são desejos de vida e a visão para 2030 é otimista.

Dentro do contexto de crise brasileira, no entanto, a história ganha novos tons. Amanda conta que 33% dos brasileiros participantes acreditam que, em 15 anos, o mundo vai estar pior. “São muitos jovens com uma perspectiva negativa”, fala ela. “É uma situação delicada.”

Encontro Duas vezes ao ano, em julho e dezembro, quinhentos integrantes da AIESEC – há três mil no país – se reúnem em São Paulo para refletir sobre os números. Este ano, Amanda conta que trezentas pessoas de fora da organização também poderão participar.

O primeiro projeto baseado no novo survey a surgir no Brasil veio já no fórum de 2015, quando três dos novos objetivos da ONU foram abordados: educação de qualidade, empregos dignos e crescimento econômico e igualdade de gênero.

Trata-se de um intercâmbio de curta duração, de seis a oito semanas, em que jovens trabalharão em rotatividade nos departamentos de RH de empresas parceiras para diminuir o absenteísmo e motivar funcionários.

No encontro de julho, quando educação, saúde e bem estar e redução de desigualdade estarão na pauta, uma nova ação vai surgir. “A ideia é: se hoje o Brasil tem problemas com educação, como a AIESEC pode agir para melhorar isso?”, reflete Amanda. Acesse o questionário e participe

Ele vendeu sua empresa e viajou o mundo pesquisando modelos alternativos de educação

jovem durante trilha de motocicleta

Foi no caminho de Santiago de Compostela que Thiago Berto desenhou muito do que é hoje a Fundação Ayni, uma cidade escola fundada há pouco mais de um ano em Guaporé (RS). Ele saiu do Brasil rumo ao Butão, na Ásia, e passou anos fora trabalhando como voluntário, depois costeando do Alaska ao Uruguai de moto – uma realidade bastante diferente do que tinha tinha vivido até então aquele engenheiro de sistemas autodidata.

Quando relembra sua trajetória, Thiago volta aos seus 16 anos, quando foi expulso de casa e pegou carona num caminhão até Porto Alegre e recomeçou a vida por lá. A falta de interesse pelas aulas na escola fez com que ele decidisse não terminar o ensino médio na capital e, no lugar disso, mergulhasse nos estudos por conta própria.

Dedicou-se integralmente a aprender como funcionavam redes de computadores, às vezes por 15 horas seguidas. Deu certo. Aos 18 anos, mesmo sem diploma, era engenheiro de sistemas da Microsoft – o mais jovem em toda a América Latina.

[acervo pessoal]
[acervo pessoal]

A carreira ia tão bem que, em 1997, recebeu um convite para trabalhar em uma empresa de tecnologia da Califórnia. Chegou a fazer as malas mas, na hora, a namorada ficou sem visto. Para desespero da família, ele decidiu ficar no Brasil. “Eu seguia meu coração, porque meu maior medo era acordar aos 80 anos e perceber que minha vida havia escorrido pelos dedos”, conta.

Mudança de carreira: de executivo de multinacional ao trabalho com turismo comunitário na Bahia

Primeira empresa

Enraizado em Porto Alegre, Thiago resolveu abrir a própria empresa de segurança de informação, aos 19 anos. Durante os onze anos seguintes e com o sucesso da empreitada, chegou a ter quarenta colaboradores.

Um dia, no entanto, o negócio parou de fazer sentido. “Eu pensei: ‘Para que passar minha vida fazendo fortuna se não quero nada?’”, lembra. Vendeu empresa, apartamento e carro. Doou todo o resto.

“Enfrentei todo tipo de desconfiança quando já não fui para os EUA”, diz. “Quando vendi tudo no auge e fui viver na Cordilheira do Himalaia… Isso peneirou e refinou minhas relações sociais.”

Sem plano fechado, só com mochila e alguns livros nas costas, caiu no mundo por três anos.

Na estrada

Na primeira metade da jornada, trabalhou como voluntário. Pegava o próximo trem, barco ou vôo rumo a qualquer lugar, numa jornada de autoconhecimento. “Perdi todas as minhas referências sociais e foi muito importante estar comigo mesmo”, diz.

Finalmente, uma parada em Cusco acendeu uma faísca. Na cidade dos andarilhos, Thiago – que se descreve como um – encontrou um projeto de escola diferente. Inspirado, resolveu visitar outros quarenta tipos de escola espalhados pelo mundo e a ideia de fazer algo no Brasil foi tomando forma.

Descubra o seu propósito no Autoconhecimento Na Prática, programa de autodesenvolvimento do Na Prática!

“Eu vi que tinha um plano de vida, que era fazer uma escola diferente e inspiradora”, conta.

Há um ano e quatro meses de volta ao Brasil, rumou para sua Guaporé natal, para construir a Ayni. “É um projeto único, mas quero que logo seja muito comum.”

Sem bandeiras

Assim que chegou, Thiago entrou em contato com a prefeitura, apresentou a ideia e ganhou um terreno enorme, cedido por 20 anos, no parque da cidade. Com o próprio dinheiro e doações, começou a erguer 21 construções sustentáveis em outubro.

A ideia é oferecer educação infantil totalmente gratuita, baseada numa filosofia própria de contato com a natureza e cultura de paz mas que siga as diretrizes curriculares do Ministério da Educação. (As crianças, inclusive, já aparecem para ajudar a colocar o barro nas paredes.)

Para que o negócio seja autossustentável, Thiago incluiu na planta uma série de outras atividades, incluindo restaurante, hotel, lojas e um teatro. A escola, que já funciona com projetos e workshops, abre as portas oficialmente no meio de 2016.

[reprodução]

A experiência de Thiago com business também veio a calhar. Deu mais de 150 palestras pelo Brasil, para mais de sete mil pessoas, e angariou para voluntários de 12 países. Agora, passa pelo processo de apresentar o projeto para possíveis parceiros corporativos. Dos 2 milhões de reais estimados para a construção, Thiago tem 15%. A recente recepção em São Paulo, no entanto, foi positiva. “Foi uma injeção de ânimo”, diz.

O sucesso da empreitada ainda depende do tempo, mas Thiago está feliz com sua jornada mesmo assim. “Fora da zona de conforto é onde está a magia da vida”, resume. “E isso acontece quando a gente arrisca. Arriscar é o verbo.”

ONG oferece bolsas de estudo e mentoria a universitários de baixa renda

jovens com tinta no rosto durante trote passou no vestibular

O início de uma faculdade muitas vezes significa mudar de cidade, e, consequente, aumentar o custo de se viver. Em outras palavras, estudar — mesmo que em instituições públicas — sempre signifca mais gastos.

Com o fim do Carnaval e início das aulas em muitas universidades brasileiras, essa é a situação atual de milhares de jovens. Como nem sempre o apoio financeiro ou os ganhos com eventuais trabalhos é suficiente para bancar esses gastos, o jeito é recorrer a bolsas de estudos.

Conheça o Programa de Bolsas da Fundação Estudar e inscreva-se

É isso que o Insituto Semear oferece para jovens universitários de baixa renda que tenham sido aprovados em universidades públicas nas capitais São Paulo (SP) e Fortaleza (CE). Para quem se encaixa nesse perfil, é possível concorrer a uma das 60 bolsas no valor de 3.800 reais cada.

Os jovens aprovados também receberão mentoria de profissionais do mercado para alcançarem seu potencial máximo e criarem uma rede de contatos. As incrições vão até 25 de fevereiro, por aqui.

Governo brasileiro seleciona cinco alunos para estágio na NASA

astronauta no espaco

É uma oportunidade e tanto. Alunos de graduação do Ciência sem Fronteiras com bolsas vigentes até agosto de 2016 nos Estados Unidos podem concorrer a cinco vagas de estágio na NASA (National Aeronautics and Space Administration), a agência espacial dos Estados Unidos — o mais prestigiado centro de estudo de astronomia do mundo. As inscrições podem ser feitas por aqui até 20 de fevereiro, e o edital pode ser consultado aqui.

Os participantes serão pré-selecionados pela Agência Espacial Brasileira (AEB), e depois passarão pela seleção final da própria NASA. Os escolhidos integrarão o “NASA I²”, um programa internacional de estágios de verão que visa permitir a troca de experiências entre alunos de diversos países ao longo de 12 semanas, entre junho e agosto de 2016.

São elegíveis alunos de uma das áreas contempladas, como Ciências Exatas, Engenharia, Computação ou Tecnologia de Informação, e que apresentem bom desempenho acadêmico, inglês fluente (é necessário apresentar atestado de proficiência) e entre 60% e 90% do currículo concluído. Premiações de mérito acadêmico como Prêmio Jovem Cientista, Iniciação Científica, e Olimpíadas de Matemática ou Ciências são diferenciais na seleção.

 

‘Com o mestrado, consegui desenvolver minha própria forma de pensar’

predio da harvard kennedy school

Economista do Banco Mundial, Tomás Teixeira é formado em Economia pela USP, fez mestrado em Political and Economic Development pela Harvard Kennedy School, entre 2012 e 2014. Também é bolsista da Fundação Lemann. A seguir, ele escreve sobre a experiência de cursar um mestrado no exterior e o impacto que o curso teve em sua carreira:

Escolhi fazer mestrado fora aos 26 anos para suprir uma deficiência minha. Sempre fui apaixonado por economia, mas achava as opções de pós-graduação que via por aqui muito teóricas. Como eu queria uma carreira mais prática, optei por uma que me oferecesse uma aliança entre conhecimento e impacto, e em Harvard estavam todas as minhas grandes referências acadêmicas. Aproveitei para fazer outros cursos independentes por lá e ao todo fiquei dois anos e meio, de 2012 a 2014, e fui como fellow da Fundação Lemann.

A decisão veio quando vi que existiam em mim limitações genuínas de habilidades e conhecimentos e que eu não poderia crescer assim. Tinha um conhecimento de livro-texto sobre desenvolvimento econômico e muita dificuldade ao conduzir um projeto de cabo a rabo. Havia também a falta de experiência de liderança. Em Harvard, conheci professores e colegas que eram grandes líderes, e em que pude me espelhar bastante.

Em Harvard, ao ter contato com grandes mestres, consegui combinar uma forma de pensar minha. É algo vital para alguém que quer pensar sobre problemas e soluções para o Brasil

Leia também: Qual o impacto de um mestrado no exterior na carreira?

Um dos maiores aprendizados foi aprender a separar o macro do micro em relação a como vejo o Brasil, em termos de importância. Quando estamos aqui podemos ser cooptados pelo noticiário, pelo desimportante. Quando estamos fora, não nos deixamos levar pelo dia a dia das coisas e vemos o quadro de uma forma mais completa. Hoje, tenho os olhos mais atentos.

Outra coisa tem a ver com como eu me posicionava em meu campo de atuação: sempre em um dado paradigma e com uma forma de pensar fixa. Em Harvard, ao ter contato com grandes mestres, consegui combinar uma forma de pensar minha. É algo vital para alguém que quer pensar sobre problemas e soluções para o Brasil.

Saí de lá muito confiante em mim e no meu poder de impacto. Acabo de cumprir uma missão em Brasilia, na Secretaria de Assuntos Estratégicos, em que conseguimos implementar projetos de desenvolvimento nacional, e retornei à carreira fora do governo.

Hoje, aos 29, atuo como economista do Banco Mundial e não tenho dúvidas que consegui ter acesso a trabalhos assim por conta do mestrado. São postos que eu sempre quis e ter o reconhecimento de uma universidade prestigiada me possibilitou ir ao encontro de sonhos assim.

Meu sonho é ajudar na condução da política de desenvolvimento nacional ao profissionalizar a formulação e implementação dessas políticas. É uma missão de toda uma geração: a minha tem a obrigação de transpor a que nos precedeu e colocar a evidência acima do interesse, a técnica acima do senso comum.

A decisão de estudar fora, para mim, tem que ser intrínseca e no momento em que você sente falta de um conhecimento. É preciso chegar em uma universidade como Harvard, com seus recursos ilimitados, sabendo do que você sente falta para poder escolher o que lhe é mais valioso. Dadas as limitações de tempo, se você não sabe do que precisa vai aproveitar muito menos do que poderia.

 

Este artigo foi originalmente publicado em Estudar Fora, portal de estudos no exterior da Fundação Estudar

Como é ser presidente da Aiesec no Brasil? Veja nossa conversa com Vilson Veloso

vilson veloso presidente da aiesec no brasil

Por acaso. Foi assim que Vilson Veloso conheceu a AIESEC, em 2011, quando estudava Engenharia Elétrica na PUC-Minas. “Comecei a procurar lugares onde poderia praticar inglês de forma barata, joguei no Google e apareceu a organização”, lembra. Ele não tinha ideia do que o grupo fazia, mas foi ao evento de apresentação. Hoje, é presidente da entidade no Brasil.

Vilson não se esquece do discurso de um dos diretores presentes. “Ele disse: ‘Prestem atenção aos novos membros, um dia eles podem se tornar presidentes’”, fala. “Não era hipocrisia: a AIESEC é de fato meritocrática e, com um bom trabalho, você pode crescer ali dentro.”

Ao longo dos cinco anos dentro da organização, Vilson, que já trabalhava como técnico de eletrônica, passou pela diretoria de intercâmbios profissionais e implementou um novo programa voltado para intercambistas interessados em trabalhar em startups brasileiras. Entre julho de 2015 e janeiro de 2016, mais de 100 jovens já tinham tido a experiência.

O ambiente multicultural da organização, do russo falando português ao americano se comunicando com o colombiano, é um dos pontos de destaque para Vilson, que até então nunca tinha saído do Brasil.

Leia também: ‘Não é a sua formação que importa, e sim o seu propósito de vida’

Em 2013, ele fez seu próprio intercâmbio, para Bogotá. Visitou escolas, empresas e fundações falando sobre consciência ambiental e voltou fluente em espanhol. Também morou por 45 dias na Alemanha pela AIESEC, promovendo estudantes de universidades brasileiras para empresas alemãs.

Vilson contabiliza ter visitado mais de vinte países, entre eles Inglaterra, Camboja e Índia, e discursou na sede da Organização das Nações Unidas, em Nova York. “Estar na AIESEC me mostrou que sim, você consegue mesmo conhecer pessoas diferentes e expandir sua visão de mundo.”

A eleição Quando chegou a hora de se candidatar à presidência, um emprego em tempo integral em São Paulo, Vilson montou uma plataforma baseada em quatro pilares: ter clareza de propósito e oferecer experiências únicas; crescer de maneira sustentável; produzir uma geração de changemakers; e incentivar o comportamento empreendedor.

“Eu queria garantir o tipo de membros que a AIESEC está formando e, com meu time, usamos o conceito de converter valores em ações para trabalhar essas pautas.” A ideia é ajudar um indivíduo a encontrar seu propósito, ter impacto social e ser um empreendedor em ações diárias que ajudem a mudar a sociedade.

Financeiramente, o desafio de gestão é grande. O grupo tem faturamento anual na casa dos milhões de reais e, só em janeiro, já lidou com mais de mil intercâmbios. “Crescemos de maneira substancial no Brasil, especialmente em numero de intercâmbios, que eram menos de 300 em 2009 e somaram 6,500 em 2015”, explica Vilson, que cita entre seus livros de liderança favoritos Empresas Feitas para Vencer, de Jim Collins, e Transformando Suor em Ouro, do treinador Bernardinho.

Competências e desafios Quando pensa no que um líder da AIESEC precisa, Vilson retoma o modelo de liderança da organização. Dividido em quatro pontos, ele inclui ser voltado para soluções, conhecer suas fortalezas e fraquezas, comunicar-se de maneira efetiva e, por fim, ser um cidadão global.

Leia também: Conheça a Aiesec, organização que desenvolve liderança por meio de intercâmbios

Entre as dificuldades diárias estão problemas comuns em uma entidade grande, como gerenciar e priorizar diferentes áreas e criar estratégias com mais de cinquenta outros presidentes locais. Há também desafios burocráticos, como problemas de vistos de viagem, e desentendimentos culturais, que acontecem especialmente em países para onde brasileiros não costumam viajar.

“Você está ali como uma referência no país e é questionado o tempo todo sobre o que pensa. Isso é uma jornada interna de autoconhecimento”, fala. Embora muito do que aprendeu sobre gestão de pessoas tenha sido mesmo na prática, Vilson também conta com a ajuda de uma coach externa para aliviar a pressão.

“Às vezes é inacreditável”, diz ele sobre seu posto. “Você vira meio que um pop star na AIESEC, as pessoas te conhecem pelo nome em qualquer lugar do Brasil.” Com o trabalho, ele precisou aprender a tomar cuidado com a própria imagem. “É preciso entender o quanto sua palavra tem poder e saber que você está numa vitrine”, conta.

[acervopessoal]
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Uma vez eleito – e jogado na piscina, conforme manda a tradição –, Vilson enfrentou o desafio de montar a própria equipe, a Mosaico. Vários dos vinte um integrantes também se mudaram para a capital paulista, onde a organização mantém uma casa e oferece auxílio financeiro. “Ser da diretoria é um sonho para esses membros e oferecer esse sonho é muito legal”, resume.

Planos futuros Com o fim de seu termo em julho, Vilson começa a pensar no que fará no futuro. Com a administração da AIESEC no currículo, ele quer garantir um lugar na diretoria internacional da entidade para continuar criando impacto no lugar que tanto gosta.

“Passei cinco anos falando muito sobre impacto e é algo que te molda como profissional e como jovem cidadão”, explica ele, que não pretende atuar como engenheiro por enquanto. “Desenvolvi esse lado de ver propósito no que faço, que é algo maior que o trabalho do dia a dia.”

Mesmo em meio ao ambiente incerto de crise, o mineiro se mantém otimista em relação ao Brasil – e sonha com o mesmo para outros jovens brasileiros. “O país só vai crescer e deixar de ser uma promessa se toda a juventude tiver oportunidade de ter uma carreira de impacto”, conclui.

Campus Party Brasil é marcada pelo empreendedorismo

vista de cima da campus party em recife

A edição de 2016 da Campus Party Brasil aconteceu em janeiro e contou com oito mil participantes. Entre eles estavam os fundadores de 614 startups que participaram do Startup&MakersCamp, um espaço dedicado ao empreendedorismo e aos jovens talentos.

O programa selecionou duzentas delas em diversas áreas, como agronegócio, educação e saúde, para apresentar seus produtos ao público. Além de poderem testar mercados e encontrar talentos, as startups tiveram sessões de mentoria e coaching.

Leia também: Especial Na Prática: tudo sobre a carreira em startup

Noventa e seis investidores e diretores de grandes empresas também marcaram presença, e mais de 200 negócios ou parcerias aconteceram durante o evento. Para provar o sucesso da empreitada, durante o Investor’s Day, três startups conseguiram captar R$ 150 mil individualmente – em menos de duas horas.

Ainda aconteceu durante o Campus Party o Desafio Sebrae, promovido pela organização que tem como objetivo apoiar as micro e pequenas empresas brasileiras. O desafio aconteceu como um “game show”, em que as empresas tinham alguns minutos para apresentar suas propostas para uma plateia e especialistas. De 48 startups participantes, foram selecionadas 8 vencedoras. Conheça as empresas a seguir:

1. Netshow.me

2. Nearbee

3. PDVend 

4. Even3 

5. Menu for Tourust 

6. Lotebox 

7. Preditiva 

8. Trakto 

Liderança feminina: seis CEOs apresentam suas ideias sobre o tema

silhueta de mulher em nova york

Em 2014, a Organização das Nações Unidas criou a HeForShe, uma nova campanha em prol da igualdade de gêneros. O tema é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que dão sequência aos Objetivos do Milênio.

A atriz Emma Watson, então recém-nomeada embaixadora da boa vontade da ONU Mulheres, foi a escolhida para apresentar a campanha, que busca angariar o apoio de homens em prol das mulheres. Seu delicado discurso em Nova York foi muito bem recebido – e visto mais de sete milhões de vezes no Youtube, na versão original –, e o debate ganhou espaço.

Uma das ramificações do HeForShe é o projeto IMPACT 10x10x10, em que 10 universidades, 10 chefes de estado e 10 CEOs de grandes empresas se comprometem em dar grandes passos rumo à igualdade de gêneros em seus respectivos campos até 2020.

Um relatório recente da McKinsey & Co., uma das empresas comprometidas, diz que a igualdade de gênero pode significar um estímulo de até US$ 28 trilhões na economia mundial até 2025.

No último Fórum Econômico Mundial, que aconteceu em janeiro, seis dos dez líderes empresariais viajaram a Davos para apresentar propostas e avanços em um painel moderado por Emma e colegas. Confira abaixo os destaques de cada um:

McKinsey & Co.
“A igualdade não é apenas um tema moral, mas econômico e de performance”, disse o CEO Dominic Barton. “Nossa missão é atrair, manter e desenvolver os melhores talentos e também ter um impacto duradouro em nossos clientes. E não estamos cumprindo essa primeira parte.”

Ele segue dizendo que 41% dos mais de 21,000 funcionários da consultoria são mulheres, mas elas estão menos representadas em cargos de liderança. “Não tem como dizer [que está certo] enquanto não forem 50%”, disse.

Barton chama de “solavanco” o plano que criaram para avançar. “Chegar dos 24% atuais aos 40% em cargos de liderança sênior, em cinco anos, vai exigir muito esforço.”

PricewaterhouseCoopers
“Equipes diversas são equipes mais fortes, que fazem decisões melhores, e isso está nos dados”, resumiu o CEO Dennis Nally. “Quando pessoas diferentes lidam com um desafio, a solução encontrada é muito mais criativa do que seria com apenas homens brancos.”

Na PwC, contou, a igualdade de gêneros já é uma realidade nos cargos de entrada, mas não na liderança. “No nível de sócios e acima, apenas 20% são mulheres”, diz. “É um desafio de negócios: não apenas atrair os talentos, mas mantê-los.”

Nally aposta na análise de dados para descobrir exatamente onde devem agir. “Estamos em 157 países pelo mundo, e queremos intervir no processo de administração das carreiras das pessoas”, falou. “Achamos que o problema tem a ver com dados e com fazer a pergunta na hora certa.”

O empresário concluiu dizendo que, em uma pesquisa interna recente com jovens funcionários, a PwC constatou que esta é uma geração focada em atingir um equilíbrio. Homens e mulheres não diferem em termos de flexibilidade, estilo de trabalho ou como querem conduzir suas vidas – não há diferenças de gênero nesse sentido.

“Então temos que atrair e manter este talento e garantir que o terreno seja o mesmo para ambos os gêneros”, resumiu. “Caso contrário, eles vão buscar essas oportunidades em outro lugar.”

Schneider Electric
Para Jean-Pascal Tricoire, CEO da gigante de energia europeia, “seria estúpido nos privarmos de 50% do talento do mundo”.

Em um campo onde pensar diferente é chave para o crescimento, ele diz que a inovação vem da criatividade, e ecoa Nally da PwC. “Uma comunidade mais inclusiva e equilibrada é fundamental para a inovação”, disse. “Uma sala só com homens… É triste.”

Dentre os líderes presentes, o desafio de Tricoire era substancial. Quando assumiu o posto, apenas 3% dos cargos de liderança da Schneider Electric eram ocupados por mulheres. Hoje, são 20%. “É insuficiente, mas um grande progresso.”

Unilever
A abordagem da Unilever, uma das maiores empresas do mundo, faz jus ao seu tamanho. Como o CEO Paul Polman explica, é a ideia de agir não apenas dentro da companhia, mas também nas áreas em que faz negócios.

“O maior impacto acontece na cadeia de valores”, disse. Lá, segundo ele, estão cinco milhões de mulheres que dependem da Unilever para seu sustento – e muita gente que pode ser pressionada para entrar nos eixos.

Por isso, a empresa se comprometeu com olhar todo e cada tema pelo prisma das mulheres. Os ângulos são três: direitos das mulheres (como direito à propriedade e à segurança), habilidades e oportunidades (como usar marcas e redes para criar empregos).

“É usar nossa escala e influência pelas mulheres”, resumiu. “Em qualquer coisa que avaliamos, elas são melhores investimentos.”

Tupperware
Do ponto de vista dos negócios, as mulheres são um recurso subaproveitado. Investir nelas, portanto, significa um enorme retorno sobre investimento. É o que diz o CEO Rick Goings antes de suscitar outra discussão.

“Muito dessa conversa sobre igualdade de gênero acontece no mundo desenvolvido”, disse. “Entendo a questão de quebrar o teto de vidro e é maravilhosa, mas a conversa precisa avançar para esses outros mercados, que têm 85% da população feminina.”

Ele acredita que a próxima era de trabalho, pós-automação, será uma marcada pelo trabalho autônomo, em que soft skills como motivação e resiliência serão importantes.

“Hoje, focamos nessa trabalhadora autônoma ao oferecer acesso à microfinanças, kits de venda gratuitos e treinamento”, explicou. “No México e na Indonésia, vimos essas mulheres saírem da classe baixa para classe média, aumentarem a autoestima, se sentirem como líderes e se conectarem com outras mulheres.”

O impacto não se restringe a elas, continua Goings. Companheiros e filhos também passam a tratá-las com mais respeito.

AccorHotels
Um de apenas dois CEOs comprometidos com instituir pagamento igualitário até 2020, Sebastien Bazin diz que a decisão é polêmica mas veio naturalmente. “Tentei achar uma única razão para não fazer isso, e ninguém deu uma boa.”

“Mas é preciso avaliar o gap, que é extremamente diferente entre as empresas e segmentos”, disse. A Accor Hotels está presente em 92 países e emprega cerca de 200,000 pessoas. Aqui, a chave e delegar para gerentes de hotel implementarem a política em cada uma das propriedades.

Outro plano para criar lideranças igualitárias é inusitado. O empresário criou um comitê “sombra”, formado por seis homens e seis mulheres. As equipes serão trocadas anualmente e terão acesso a todos os documentos confidenciais que o CEO tem e lidarão com os mesmos desafios e decisões, ao mesmo tempo que ele. Antes de decidir algo, Bazin vai consultar as decisões do comitê.

Por fim, Bazin também tocou no assunto maternidade.“Após ter um filho, você volta uma pessoa diferente, suas prioridades sofreram reajustes, você pensou sobre a organização e seu papel”, falou. “Você é ainda mais valiosa agora e eu quero que você volte.”

Twitter
Único representante do Vale do Silício, que lida com frequentes discussões sobre baixa representatividade feminina, o COO Adam Bain garantiu que a mudança começa já em 2016.

Os quadros da empresa verão mais diversidade em posições tecnológicas e de liderança e, para retirar qualquer preconceito inconsciente, as ofertas de salário são feitas sem que empregadores saibam os nomes do possível funcionário. “Queremos que as pessoas que formam a empresa reflitam a imensa diversidade dos usuários”, resumiu.

Além da revisão frequente de métricas, o Twitter também investe em conversar diretamente com seus funcionários para conseguir insights sobre como melhorar a empresa. “Um exemplo é que ouvimos de mulheres em posição de liderança que elas queriam mais mentorias, então começamos um programa”, contou.

Outro veio de uma dificuldade enfrentada por novas mães, que consideram um desafio amamentar seus filhos em viagens de negócios. “Então agora há um sistema de remessas global em que é possível mandar seu leite materno para sua família.”

Clube do livro feminista Emma Watson também criou recentemente um clube do livro virtual, “Our Shared Shelf”, dentro do site goodreads.com. A primeira obra escolhida por ela foi “My Life on the Road”, de Gloria Steinem. O grupo conta com quase cem mil inscritos.

Quer saber como é o dia a dia de líderes do mercado financeiro? Participe do Bate Papo Ene!

Florian Bartunek participa de bate-papo Ene Mercado Financeiro

Embora seja o sonho de muitos jovens seguir uma carreira de sucesso no mercado financeiro, nem sempre o ‘caminho das pedras’ para chegar lá é claro. Pensando nisso, o Na Prática realizará dois bate-papos presenciais para orientar quem quer ser bem-sucedido na área. É o seu caso? Entenda a seguir:    

O Bate Papo Ene traz pra você a oportunidade de estar frente a frente com dois grandes nomes do mercado financeiro: Florian Bartunek (CIO da Constellation Investimentos), que estará presente no bate-papo de São Paulo, no dia 1o de março; e Marcelo Barbara (CEO da RB Capital), no bate-papo do Rio de Janeiro, dia 24 de fevereiro.

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Em ambas edições do Bate Papo Ene serão abordados os principais aspectos da trajetória do convidado, de forma a motivar e tirar as dúvidas dos jovens, além de orientá-los para as melhores decisões de carreira.

Ficou animado? Increva-se na edição mais próxima de você! Confira:

Bate Papo Ene Mercado Financeiro, Edição São Paulo

com Florian Bartunek, CIO da Constellation Investimentos


Florian-Bartunek

Quando? 1 de março às 18h30
Quanto? Gratuito


Sobre o convidado: Florian Bartunek, CIO e Sócio Fundador da Constellation Investimentos, tornou-se sócio do Banco Pactual em apenas 5 anos no início de sua carreira. Durante os oito anos em que permaneceu no Pactual, Florian foi chefe de research, trader proprietário, responsável pelo asset management e gestor de todos os fundos e portfólios de ações.

Foi um dos fundadores da Utor Asset Management, empresa criada para gerir os recursos do trio de ex-controladores do Banco Garantia: Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, em 1999.

Florian participa desde 2010 da Young Presidents’ Organization (YPO) da escola de negócios de Harvard,  já foi professor do curso de Value Investing no Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) e diretor da área internacional da Anbid (Associacao Nacional dos Bancos de Investimento). Também tem atuação destacada no terceiro setor – é vice-presidente da ProA, uma das maiores ONGs ligadas a educação profissional no Brasil, e participa do conselho da Fundação Lemann e da Fundação Estudar. No mundo das artes, é um reconhecido colecionador e membro do conselho do Museu de Arte de São Paulo (MASP).

quero-participar

 

Bate Papo Ene Mercado Financeiro, edição Rio de Janeiro

com Marcelo Barbara, CEO da RB Capital  

logomarca RB Capital
Quando? 24 de fevereiro às 18h30
Quanto? Gratuito


Sobre o convidado: Com graduação e pós-graduação pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marcelo Barbara alavancou a carreira no lendário Banco Garantia, de Jorge Paulo Lemann, onde chegou a ser sócio e permaneceu durante dez anos. Com a venda do banco brasileiro para o Credit Suisse, migrou para o banco de investimentos suíço – um dos maiores o mundo – onde ocupou o cargo de diretor do escritório brasileiro por mais seis anos.

Ao sair do Credit Suisse, em 2003, fundou a Lanx Capital Investimentos, que logo tornou-se uma das maiores gestoras do país, com foco em fundos de investimento e private equity. Em 2007, quando a Lanx tornou-se sócia da RB Capital, Barbara tornou-se sócio gestor da empresa e posteriormente CEO. Hoje, a RB Capital é responsável por gerir mais de 3,1 bilhões de reais em ativos.

Barbara também é sócio fundador da Cambuhy Investimentos e um dos fundadores (e membro do conselho) do Instituto ProA, uma organização sem fins lucrativos, que atua na profissionalização e inserção no mercado de alunos de escolas públicas.

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Se você gostou da proposta dos bate-papos, pode se interessar também pela Ene Mercado Financeiro, conferência de carreiras do Na Prática voltada para o jovem que sonha em trabalhar nesse setor. Saiba mais aqui.

‘Meu sonho é que todo jovem possa ter uma carreira de impacto’

vilson veloso presidente da aiesec brasil na onu

Atual presidente da AIESEC Brasil, o engenheiro mineiro Vilson Veloso desbrava São Paulo – onde a organização mantém seu escritório central – sem medo de desafios. Membro ativo desde 2011, ele vislumbra seus primeiros passos fora do mundo universitário com uma certeza: a vontade de fazer a diferença.

Como próximos passos, sua primeira opção atualmente é manter-se nos quadros da AIESEC, dentro da diretoria internacional. Desde que se juntou ao grupo, ele já visitou mais de vinte países, do Camboja à Colômbia, e discursou na Organização das Nações Unidas, em Nova York.

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“Passei cinco anos falando muito de impacto e propósito, e é algo que te molda muito como profissional e jovem cidadão”, conta ele, que começou a trabalhar na adolescência como técnico em eletrônica e também foi técnico da UFMG. Quando questionado sobre o futuro, ele não hesita: “Sei que com certeza quero algo assim, seja no segundo ou no terceiro setor”, diz, fazendo referência respectivamente ao mundo das empresas e das organizações sem fins lucrativos. 

Na Aiesec, entre seus projetos de impacto favoritos está um programa de intercâmbio em startups, em que intercambistas do mundo todo vêm ganhar experiência profissional em empreendimentos brasileiros. Entre julho e janeiro, mais de 100 jovens já tomaram parte na iniciativa, principalmente em Belo Horizonte (com destaque para San Pedro Valley, conhecido como Vale do Silício brasileiro) e Porto Alegre.

Com o intercâmbio de talentos, muitos apps desenvolvidos por startups brasileiras acabaram sendo traduzidos e já conseguiram expandir-se pela América Latina. A ideia é levar o projeto para fora e criar um ambiente empreendedor global.

Hoje supervisionando uma equipe de 21 pessoas e uma organização com três mil integrantes distribuídos por todas as regiões brasileiras, ele pensa num futuro de número cada vez maiores, dentro e fora da AIESEC. “Sonho que todo jovem possa ter a oportunidade de uma carreira de impacto”, resume. “Só assim o país vai crescer e deixar de ser uma promessa.”

6 aplicativos gratuitos para aumentar sua produtividade

iphone branco sobre a mesa

Às vezes, parece que os celulares modernos não poderiam ficar mais práticos. Mas podem: novos apps aparecem diariamente para transformar as vidas das pessoas.

Em um mercado de trabalho onde a produtividade cada vez mais dá o tom à competição por vagas e promoções, a indústria de aplicativos não deixou de mirar esse público. A seguir, fizemos uma seleção com seis aplicativos pensados exatamente para facilitar o mundo do trabalho:

1. Send Anywhere

Este app coreano torna possível enviar arquivos grandes rapidamente para outro usuário através de um código de seis dígitos. Não há limite de tamanho.
*Disponível para Android, iOS e desktops

2. Evernote Scannable

Todo mundo já perdeu um cartão de negócios ou papel importante. Por isso, a já famosa Evernote criou um aplicativo que funciona como um escâner: basta tirar uma foto de documentos, cartões ou recibos e o app faz o resto, guardando os cliques para você. É possível exportar arquivos em PDF ou JPG.
*Disponível para iOS

3. Room


Crie vídeoconferências rapidamente através desse app, que não exige cadastro e funciona em telefones e computadores. Apenas compartilhe o link com até três outras pessoas e pronto: reunião instantânea.
*Disponível para Android, iOS e desktops

4. 30/30


Mantenha seu cronograma diário de tarefas atualizado com esse aplicativo, que funciona como um guia e avisa quando for hora de focar e encarar alguma coisa. É possível refinar o tempo de cada tarefa para entre 5 e 30 minutos.
*Disponível para iOS

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5. Focus Zen


Uma boa opção para quem gosta de trabalhar escutando alguma coisa, mas não quer perder o foco. As faixas são feitas para estimular o cérebro e ativar a atenção. Há opção de timer.

*Disponível para iOS


6. Cloze


Feito para gerenciar relacionamentos – e para não esquecer quem é aquela pessoa que você encontrou. Escaneie seus contatos e anote o que for relevante: onde já se viram, do que falaram, temas importantes, etc.
*Disponível para Android e iOS

Como a inovação acontece dentro de grandes empresas?

rony sato da basf executivo de terno

Continuidade. Este é o conceito mais marcante da conversa com Rony Sato, gerente de Tecnologia e Inovação para a América do Sul e principal guia pelos caminhos de inovação dentro da Basf Brasil. A perpetuação de cada uma das iniciativas e canais de discussão e coleta de ideias lançados ao longo dos anos pode explicar por que a empresa figura entre as mais inovadoras do mundo.

A pesquisa Best Innovator, feita em 15 países (no Brasil, com o apoio da Época Negócios) elegeu a Basfcomo a 3º mais inovadora. Mas Rony acredita que a continuidade não seria tão importante se, por trás dela, o objetivo maior não fosse a cultura de formação de massa crítica dentro da empresa: “É importante garantir um ambiente para cultura de inovação que também atenda às expectativas e seja um feedback para o colaborador, que verifique sua implementação e mostre qual foi o benefício gerado”

Corroboram esta visão o Programa Eureka (um canal interno de sugestões que existe há 34 anos vinculado à área de Excelência Operacional, dentro do qual são constantemente feitos benchmarkings de inovação); os workshops realizados pelas áreas de negócios, com interação com clientes e fornecedores; as discussões doBusiness Model Innovation com intuito de estabelecer processos inovadores; e, também, um programa de capacitação chamado Innovation Academy que introduz a relevância do tema inovação para novos colaboradores e também dá suporte às áreas na busca de novas ideias e conceitos.

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Rony está na empresa há 15 anos e participou da formatação do departamento de Tecnologia e Inovação, em meados de 2010. Antes, existiam iniciativas isoladas dentro das áreas de negócios, caso da Suvinil (marca de tintas imobiliárias da Basf), a primeira que estabeleceu uma área de gestão de inovação, em 2008. “A iniciativa da Suvinil ajudou a posicioná-la no mercado como pioneira em tendências e tecnologia. A partir daí a preocupação com gestão em inovação se disseminou para outras áreas”, conta.

Se fosse para eleger a data inaugural em que a gestão da inovação entrou em destaque na rotina da Basf, Rony diria que foi com o estabelecimento do Top Ciência (iniciativa bianual para fomentar projetos de pesquisa em parceria com outras instituições e cientistas) há dez anos, em 2006. O Top Ciência contribuiu ativamente para o surgimento do conceito de negócio “AgCelence”, que elenca o efeito fisiológico benéfico de um produto e, hoje, ampara grande parte do portfólio da Basf. Tudo começou com o lançamento de um fungicida que deixava um efeito colateral… benéfico, especialmente na cultura de soja. Os especialistas do Top Ciência aprofundaram o estudo sobre esse produto e ainda aumentaram o número de culturas envolvidas na discussão.

“Depois da soja, a empresa passou a prestar mais atenção à cultura regional da cana-de-açúcar, o que resultou numa série de outras soluções”, conta Rony. Uma delas é o Digilab, umsistema portátil de imagem, atualmente incorporado ao smartphone como aplicativo, com o qual o agricultor pode identificar e comunicar uma infestação, compartilhando as evidências dos efeitos causados.

Como gerir a inovação A Basf é fornecedora de diversos segmentos industriais e sua estratégia global é perceber quais são as demandas do mercado (market pulls), identificar soluções e desafios e posicionar a empresa direcionando a trilha tecnológica para atender a essas demandas. “A gente chama esse processo de technology push.Trabalhamos para fazer o casamento das competências tecnológicas que precisamos fortalecer ou desenvolver para atender ao mercado”, afirma o gestor. A identificação de soluções passa também pelo rastreamento de clientes com necessidades novas.

Para um projeto chegar ao funil de inovação da Basf há vários trajetos, mas todos passam pela área de Rony para um alinhamento porque, em geral, são iniciativas transversais que envolvem mais de uma área de negócio: “Para gerir a inovação, temos de fazer a ponte, a conexão, entre a demanda e a área competente para atendê-la”.

Ele chama essa atividade de Knowledge Broker, ou corretagem de conhecimento. Um exemplo emblemático dessa “corretagem” é o Technology Scouting, espécie de radar de novidades e parcerias feito por duas subsidiárias: Basf New Business e Basf Venture Capital e acompanhado de perto pelo time de Rony e seus pares mundo afora. As subsidiárias identificam as tendências tecnológicas e de mercado e depois procuram a empresa de tecnologia que pode ter aderência com a estratégia da Basf. Rony diz que a partir daí há diversas possibilidades: “Podemos fazer aporte de capital, aquisição da empresa, licenciamento de tecnologia, acordo de desenvolvimento conjunto, aquisição de patentes… Depende do processo de análise”.

A parte de Venture Capital faz investimentos de seed capital nas empresas encontradas – sejam elas startups novas ou em estágio intermediário de crescimento. Já a parte de New Business trabalha pesquisando quais as empresas que merecem atenção especial e justificam uma possível incorporação.

A Basf não informa o orçamento da área de Tecnologia e Inovação, mas aponta um caso recente de scouting (apadrinhamento de uma empresa) que aconteceu na área de Personal Care do Brasil, com a cocriação de uma nova matéria-prima surfactante (elemento que proporciona espuma rica e suave em produtos como xampus, sabonetes líquidos e detergentes). Ariane Marques, responsável pelo Marketing de Hair Care & Color Care da Basf para América do Sul conta: “A partir de radares de parcerias, encontramos uma excelente oportunidade para desenvolver um produto inovador e colocar no mercado uma solução tradicional baseada em fontes renováveis”.

A solução foi desenvolvida durante um ano e meio junto com a empresa de biotecnologia norte-americana Solazyme e o time deles aqui no Brasil. O novo produto, chamado DEHYTON® AO 45, é uma betaína diferente das demais por ser produzida com óleos de microalgas em processo de fermentação da cana-de-açúcar, com baixa emissão de carbono e menor impacto de uso de água e terra.

O lançamento do novo produto para o mercado brasileiro ocorreu em setembro de 2015, durante a in-cosmetics Brasil, na qual foi o grande vencedor do 1º Prêmio ITEHPEC de Inovação, realizado pela Associação Brasileira das Indústrias de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC). “Tivemos grande interesse de diversas empresas do mercado cosmético, com solicitação de amostras para teste do produto em formulações”, conta Ariane. No entanto, como se trata de uma inovação e um lançamento muito recente, o tempo de chegada até o consumidor pode ser de até um ano, devido ao processo de aprovação e desenvolvimento das novas fórmulas.

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O futuro está na cocriação Quando completou 150 anos, no ano passado, a Basf, em vez de apenas celebrar a data, pensou em maneiras de apresentar alguma contribuição maior para sociedade. A empresa optou por gerar uma herança de cocriação de soluções e impulsão da inovação criando o programa mundial Creator Space, que trabalha com temas como vida urbana e adensamento populacional; produção sustentável de alimentos e desperdício; e energia inteligente. A edição brasileira focou na temática da redução da perda de alimentos e desperdício. Inúmeros meios e metodologias foram utilizados para catalisar o programa, desde atividades presenciais até desafios virtuais.

Em busca de solucionadores (que podem ser empresas, acadêmicos ou universitários) o programa tenta trazer para a vida real a visão da empresa, como Rony diz: “Na Basf, enxergamos a química como possibilitadora do desenvolvimento de soluções para esses desafios”. Todas as iniciativas cocriadas foram avaliadas. Algumas chegarão à apreciação do corpo diretor, ainda no início deste ano, que decidirá quais receberão investimento para implementação. Possivelmente, em breve, haverá mais notícias sobre novos produtos. A inovação não pode parar.

 

Este artigo foi originalmente publicado em DRAFT

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