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As 5 palestras favoritas de Chris Anderson, CEO do TED

Homem sentado no logo do TED Talks

Quando a primeira TED Talk aconteceu, em idos de 1984, era difícil adivinhar que se tornaria um fenômeno global. Apesar do elenco estelar – que incluía um matemático e demonstrações de uma novidade chamada disco compacto, ou CD, além de ebooks e gráficos 3D –, rendeu pouco dinheiro e os fundadores perderam o entusiasmo.

Convencidos de que o formato era bom, eles se recuperaram de fato em 1990, quando a TED Conference voltou a funcionar e se tornou um evento anual disputado (e só para convidados) na Califórnia.

O interesse por novidades nas áreas de ciência, tecnologia e entretenimento aumentou muito ao longo da década seguinte e, em 2001, o TED foi adquirida por Chris Anderson, atual chefe e principal curador da organização. Sob seu comando, o negócio se expandiu mundialmente e, em 2012, celebrou um bilhão de views – um número que, naturalmente, só fez crescer desde então.

A pedido de um leitor do site Quora – onde trabalha a brasileira Deborah Alves, que fala sobre sua vida no Vale do Silício aqui –, o próprio Anderson selecionou suas cinco TED Talks favoritas. Todas têm legenda em português. Confira:

1. David Deutsch: Sobre nosso lugar no cosmos (2005)

Aqui está um físico independente oferendo um argumento eloquente sobre o poder do conhecimento… Emoldurado em uma palestra incrível, cheia de idas e vindas inesperadas. Deutsch ajudou a me convencer que conhecimento é muito mais que um truque evolucionário esquisito inventado por uma espécie da Terra.

2. Clay Shirky: Instituições vs. Colaboração (2005)
Naquele ano, Shirky falou sobre como a web estava permitindo novos modelos, que encorajavam instituições a ‘largar mão’ e permitir que outros façam um pouco de seus trabalhos por eles. Acho que a palestra ajudou-nos a decidir arriscar e oferecer nossas melhores palestras de graça online.

3. Nancy Etcoff: Sobre a surpreendente ciência da felicidade (2004)
Essa é uma de várias palestras sobre felicidade que realmente mudaram meu pensamento e, hum, acho que realmente me tornaram mais feliz. A ciência da felicidade é contraintuitiva. Etcoff oferece um ótimo resumo. Essa playlist [sobre felicidade] tem muitos outros.

4. Bryan Stevenson: Precisamos falar sobre uma injustiça (2012)
Bryan falou sobre um assunto difícil – o sistema judiciário quebrado dos EUA – de uma maneira incrivelmente cativante. Ele foi aplaudido de pé, as palmas mais longas da história do TED. E não consegui tirar nem ele nem sua causa da cabeça desde então.

5. Steven Pinker & Rebecca Newberger Goldstein: O longo alcance da razão (2012)
Uma palestra incomum, essa. Foi dada como um diálogo socrático. Eles chegam à conclusão de que a razão pura moldou a história profundamente, embora às vezes isso leve centenas de anos. Se o mundo concordasse com essa visão, faríamos um trabalho bem melhor na hora de escutarmos uns aos outros. Essa versão da palestra é apresentada como uma animação, graças ao gênio de Andre Park, do Cognitive.

Está entrando no mercado? Baixe um modelo de currículo para início de carreira

A primeira coisa que você precisa saber sobre currículos é: fazê-los não é uma tarefa rápida. Ou seja, se você fez um em 15 minutos, dá para melhorá-lo bastante. A boa notícia é que, embora exija tempo, um ótimo currículo não é algo misterioso. Para te ajudar, ainda vamos disponibilizar um modelo de currículo para início de carreira que você pode baixar e preencher.

É esse o objetivo desse texto: ensinar quem está no início da carreira e ainda tem poucas experiências para contar como preencher o currículo e também escrever uma carta de apresentação que impressione. À primeira vista parece intimidante, é verdade. Mas seguindo nosso passo a passo e usando nosso modelo, essa tarefa vai ficar bem mais fácil.

O papel do currículo

Para começar, é preciso entender o objetivo principal de um currículo: ele é um reflexo de quem você é como profissional e deve mostrar de forma resumida o que você aprendeu, o que fez e o que sabe fazer.

O currículo serve para colocar seu pé na porta e garantir uma entrevista, momento em que você vai ter a oportunidade de expor melhor sua personalidade e falar sobre tudo que ficou de fora.

Mas, em um primeiro momento, é analisando o seu currículo que os recrutadores vão tentar entender se você tem os atributos e o perfil para a vaga em questão, e decidir se você avança ou não no processo seletivo. Ou seja, é um documento bem importante! Então acredite: a dedicação aqui vale a pena.

O que colocar no currículo de início de carreira?

Muitos jovens em início de carreira se veem nesse dilema na hora de fazer o currículo: o que colocar no campo “Experiência Profissional” se nunca trabalhei, ou só fiz um estágio? Deixo o resto em branco? Apago essa seção?

No início da carreira, quando ainda não temos um histórico de trabalhos para colocar no papel, a solução é simples: pense em tudo que você já fez e o que ajudou a moldar e enriquecer sua trajetória profissional, mesmo que não tenha sido um emprego formal ou remunerado.

modelo de currículo

Com certeza você passou por muitas experiências que exigiram dedicação e o ajudaram a desenvolver novos conhecimentos e habilidades. É hora de refletir sobre elas.

Isso significa colocar na mesa trabalhos voluntários, projetos paralelos ou universitários, viagens ou atuações em empresas juniores, entre outras possibilidades, para decidir: o que ali compõe sua história? Quais experiências fizeram você crescer e por que?

O que mais importa, garantem os recrutadores, é trazer uma trajetória coerente, mostrando o que você já conquistou e que habilidades empregou para chegar lá.

Não sabe o que escrever? Use o método STAR

O método STAR, usado por profissionais de recursos humanos no mundo todo, pode te ajudar refletir sobre as experiências que você já viveu, e definir quais vão entrar no seu currículo – e como.

Aqui, é importante entender algo: quando o recrutador analisa um candidato à vaga, ele quer saber se ele tem o perfil e as competências necessárias para os desafios daquela função.

Portanto, vai querer saber como você pensa, como você lida com desafios, como você resolve problemas… Para mostrar isso ao recrutador, exemplos são melhores que palavras. E por isso é tão importante incluir as experiências certas!

Leia também: 16 adjetivos que você jamais deve usar no currículo

STAR significa Situação, Tarefa, Ação e Resultado. A proposta é pensar nas suas experiências a partir destas quatro considerações: qual era seu contexto (situação), quais eram suas responsabilidades (tarefa), o que você fez (ação) e quais foram os resultados?

Com essas respostas, fica mais fácil entender quais foram as experiências mais relevantes e como resumi-las no currículo.

A seguir, separamos alguns exemplos de experiências no mundo esportivo e das organizações estudantis explicadas por meio do método STAR:

Exemplo 1: Esporte universitário

Fui capitã do time de handebol feminino da faculdade e tinha a função de liderar, motivar e manter o espírito colaborativo de uma equipe de mais de dez pessoas. Nosso time teve o melhor resultado histórico da faculdade nesta modalidade e chegamos pela primeira vez à final dos jogos universitários municipais.

Exemplo 2: AIESEC

Na AIESEC, minha área tinha que bater uma meta de 200 intercâmbios sociais para estudantes no semestre. Minha função era liderar esse time, vendendo as oportunidades para os alunos da faculdade. Após trabalharmos muito bem a parte de divulgação e conseguir o número inscritos, tínhamos que convertê-los. Ligamos para 15 jovens por dia e destes, convertemos cerca de 10 para a sessão informativa. Conseguimos 190 intercâmbios no semestre.

Exemplo 3: Empresa júnior

Na EJ, tínhamos que organizar nosso tradicional Fórum de Mercado Financeiro, que reúne estudantes da cidade para assistir a palestras de profissionais do mercado. Por meio de parcerias inéditas fechadas pelo time de que fiz parte, conseguimos realizar um evento duas vezes maior que o do ano anterior.

Essas reflexões são úteis não só para você entender como descrever as experiências no seu currículo, mas também como conversar com o recrutador sobre elas.

Uma dica: métricas e números chamam atenção, então tente usá-los para demonstrar suas conquistas.

Como fazer um currículo perfeito

Agora já ficou claro que, mesmo no início de carreira, você provavelmente tem material suficiente para montar um bom currículo, certo? Então vamos começar:

Um bom currículo exige uma formatação simples e uma edição impecável, sem um único erro de português – disso ninguém esquece. Com isso em mente, comece pelos dados básicos: nome, endereço e contatos pessoais, que ficam no cabeçalho.

A estrutura do currículo vem em seguida e se divide em sete partes, que aparecem nessa ordem: objetivo, formação, experiência, outras atividades, habilidades, idiomas e referências.

Um currículo tradicional, usado por quem já tem mais tempo no mercado, traz experiências profissionais antes da formação.

No começo da carreira, no entanto, quando suas vivências são majoritariamente acadêmicas, é melhor inverte-los para dar destaque aos seus estudos.

Seção 1: Objetivo

O objetivo, também conhecido como objetivo ‘profissional’, deve contar uma ou duas frases que resumem o tipo de oportunidade que você está procurando.

Não é a parte mais relevante do currículo, mas como muitas pessoas acabam entregando algo genérico (ou nada), esforçar-se aqui pode ser uma chance de sair na frente.

Esse momento também é uma boa chance de refletir se aquela vaga combina com seu perfil, já que atirar para todo lado não é uma boa estratégia para ninguém.

De um lado está você, que talvez não veja valor genuíno naquela oportunidade, e do outro está o recrutador, que enxergará essa falta de alinhamento rapidamente.

Então reflita com calma. Qual é seu objetivo nesse momento? Aprender algo novo na sua área, entender como funciona uma startup, desenvolver suas capacidades analíticas? O que você de fato quer?

É claro que você, no início da carreira, não precisa ter 100% de clareza sobre o que está procurando. Não tem problema. Ainda assim, busque usar termos como desenvolvimento, crescimento, e aprendizado – eles demonstram que você está em busca de se aperfeiçoar e crescer.

Dica: sempre que for possível, adapte o objetivo para cada vaga a que você está se candidatando.

Na hora de preencher esse campo, pense nas razões pelas quais a vaga é interessante para você e como o que o emprego oferece é compatível com seus objetivos profissionais.

Mas atenção: nada de mandar o nome de uma empresa para outra por engano.

Exemplos:

Recém formada em Direito com interesse na área de propriedade intelectual em busca de uma posição inicial no escritório X.

Formada em Economia com experiência em liderança de equipes e interessada em construir carreira na empresa Z.

Seção 2: Formação

É onde ficam as informações sobre sua educação, sejam elas diplomas, certificados, especializações, extensões, intercâmbios ou cursos livres.

Não inclua seminários, conferências ou similares se tiver sido apenas um ouvinte. Muita gente faz isso para dar volume, mas não é preciso. Caso tenha sido algo realmente importante para você, há espaço na seção sobre outras atividades.

Aqui, o que é relevante mesmo são suas formações acadêmicas, que não precisam ser de grande porte para constarem. Aprendeu a programar planilhas num curso online legal? Formou-se em algum curso intensivo? Então coloque as informações.

E mantenha tudo simples: inclua nome da instituição, tipo de diploma ou certificado, curso, cidade e ano de conclusão.

Notas ou médias ponderadas são desnecessárias, mas caso sua classe tenha um ranking e você esteja bem colocado, vale a menção.

Exemplo 1: Graduação

Graduação em Administração
Universidade do Brasil, São Paulo – Dezembro/2016

Exemplo 2: Intercâmbio

Graduação em Economia
Intercâmbio na Universidad de Madrid, Espanha – Junho a Dez/2016

Exemplo 3: Outras formações

Curso de extensão de econometria
Certificado da Instituição Y, Vitória – Janeiro a Abril/2015

Curso de lógica de programação
Certificado da edX.org – Junho a Dez/2015

Seção 3: Experiência

Use o fato de que o campo se chama apenas “experiência” ao seu favor: perca o medo de citar qualquer coisa que não é um emprego. É experiência aquilo que lhe adicionou em termos profissionais, onde você teve tarefas e tomou ações dentro de uma organização.

Leia também: Qual o melhor modelo de currículo para vagas internacionais?

Para apresentá-las no papel, inverta a ordem cronológica: coloque a experiência mais recente primeiro.

Se tiver trabalhado em uma empresa júnior, no centro acadêmico ou em outra associação estudantil, por exemplo, pode colocar essa vivência aqui. Em seguida, adicione uma ou duas frases que resumem suas responsabilidades, preferencialmente utilizando o método STAR que já explicamos no início do texto.

Exemplos:

Estagiário de marketing na Empresa B – Nov/2016 a Mar/2017

Responsável pelo acompanhamento de mídias sociais no Brasil da empresa B, uma multinacional com 10 mil funcionários. Usando Google Analytics, recomendei melhorias estratégicas para a equipe e também cuidei de traduções e produção de conteúdo para Twitter e Facebook, canais que juntos alcançavam mais de 80 mil pessoas.

Estagiário de vendas na Startup A – Janeiro a Junho/2016

Responsável pela logística de entrega de materiais e pelo acompanhamento de clientes ao longo do primeiro ano de internacionalização da startup. No projeto X, que representou um crescimento de 10% no faturamento total, também atuei como assistente do diretor e participei do planejamento estratégico da proposta.

Vice-diretor de intercâmbios sociais da AIESEC – Jan/2015 a Dez/2015

Três meses após entrar como membro da equipe nacional de intercâmbios sociais, me tornei vice-diretor e responsável por traçar uma estratégia de atração. Para bater a meta de 300 intercâmbios por ano e com um orçamento de R$ 5 mil, organizei 40 palestras online e presenciais pelo Brasil e conduzi um trabalho conjunto de follow-up até atingi-la, em agosto.

Seção 4: Outras atividades

Aqui ficam as experiências que você acha formativas mas que não cabem em outros lugares, como prêmios, vivências internacionais importantes e destaques acadêmicos e esportivos, todas apresentadas da maneira mais sucinta possível.

Passou três meses trabalhando na Disney e isso teve importância em sua formação profissional? Pode colocar aqui. Seu grupo venceu uma competição de cases ou fez um documentário que teve 100 mil views no YouTube? Cabe também.

Na hora de preencher essa seção, que não é obrigatória, lembre-se sempre de quem está lendo: recrutadores.

Eles não querem saber se sua vida é animada, mas se você é um bom candidato – e tudo que estiver no currículo pode virar assunto na entrevista, então seja relevante.

Exemplo 1: Voluntariado

ONG X – Agosto 2015 ao presente
Voluntário na ONG que luta pela preservação da mata atlântica. Em 2014, captei cerca de R$ 10 mil para a organização através de uma campanha de rua.

Exemplo 2: Prêmios

Competição de cases da Consultoria X – Setembro de 2016
Primeiro lugar na competição estadual no Rio de Janeiro e finalista nacional com um case sobre as estratégias de crescimento do Netflix no Brasil.

Exemplo 3: Vivências internacionais

The Walt Disney Company – Jun/2017 a Agosto/2017
Intercâmbio de trabalho na Disney Orlando durante as férias de verão norteamericanas, quando o parque recebe seu maior número de visitantes.

Seção 5: Habilidades

Caso você queira destacar seus conhecimentos sobre alguma ferramenta, como Adobe Photoshop ou Microsoft Excel, poderá fazê-lo aqui de maneira sucinta.

Exemplo:

Microsoft Excel (intermediário), Adobe Premiere (avançado), Javascript (básico).

Seção 6: Idiomas

Aqui vem sua proficiência (sincera, não vale a pena mentir!) em outros idiomas. Caso tenha alguma comprovação de fluência, como um teste reconhecido ou um certificado de alguma escola, também pode incluí-la nessa seção.

Exemplo:

Francês intermediário (leitura e escrita), Inglês avançado (conversação, leitura e escrita – 109 pontos no TOEFL/2015), Espanhol básico (conversação, leitura e escrita – aluno da Escola X desde 2017).

Seção 7: Referências

Especialmente propício para pessoas em início de carreira, o campo de referências consiste em um ou mais contatos – com nome, cargo, telefone e e-mail de cada um – que podem atestar sobre suas capacidades profissionais a partir das experiências que tiveram com você.

É possível incluir professores, orientadores em projetos universitários ou iniciação científica, chefes ou outros que conviveram com você e podem falar mais sobre seu trabalho.

Não se esqueça de avisar suas referências antes de enviar o currículo: elas precisam saber do que se trata caso alguém entre em contato perguntando sobre você.

Exemplos:

Pessoa A, professora de Economia da Faculdade X
Telefone: (99) 9999-9999
E-mail: [email protected]

Pessoa B, presidente da empresa junior X
Telefone: (99) 9999-9999
E-mail: [email protected]

 

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O que é a mensagem de apresentação para currículos?

A mensagem de apresentação, também conhecida como carta de apresentação, é uma exigência cada vez mais frequente.

Ela costuma ter entre 150 e 500 palavras e é onde você apresenta quem é, o que é capaz de fazer e qual é sua motivação para buscar aquela vaga.

Não se trata de copiar seu currículo, mas de pensar nela como o começo de uma entrevista de emprego: apresente-se e diga como foi parar ali, naquela mesa, candidatando-se para aquela vaga.

Por que você quer essa oportunidade ou trabalhar nessa área ou indústria? O que pode oferecer à organização e como suas conquistas passadas e habilidades lhe ajudarão a fazer isso?

Leia também: Qual fonte usar no currículo? Veja o que cada uma significa!

Mostre sua personalidade

Na carta, sua personalidade e história de vida são muito bem vindas e você pode desenvolver o que precisou ficar fora do currículo em si.

Lembre-se que, assim como o objetivo profissional, ela também precisa ser adequada para cada vaga: cartas genéricas demais são vistas negativamente.

O estilo deve ser formal, mas não precisa ser rígido. Caso se sinta bem escrevendo, pode tomar mais liberdades e introduzir seu estilo de escrita – só não se esqueça do bom senso.

Estruturalmente, uma carta de apresentação tem três partes: introdução, contextualização e motivação. Entenda cada uma a seguir:

Parte 1: Introdução

Apresente-se: quem é você? O que faz? Por que está buscando essa vaga?

Exemplo:

Sou recém-formado em Administração e, durante a universidade, tive contato próximo com recrutamento e seleção. Acredito que possuo o conhecimento inicial, a paixão e a força de vontade necessários para ser um excelente analista de recursos humanos em sua organização.

Parte 2: Contextualização

Contextualize o leitor: por que você é adequado para a vaga?

Seja direto, mas venda seu peixe e não tenha vergonha de falar sobre suas conquistas passadas e aquilo que faz bem.

Tenha o cuidado de combinar as habilidades que destacar com o que a vaga de fato exige. Para ter certeza de que está acertando o alvo, mantenha uma cópia das exigências da vaga ao seu lado e demonstre como as exerceu ao longo de sua trajetória.

Não importa o nível hierárquico em questão, a estrutura não muda: evidencie que você pode fazer o que é exigido através de exemplos de sua trajetória.

Exemplo:

Durante meus dois anos na empresa júnior X, uma de minhas responsabilidades era selecionar novos participantes e apoiar seu desenvolvimento profissional. Para isso, eu organizava rodadas de feedbacks frequentes e grupos de estudos com especialistas sobre diversos temas, de negócios a psicologia.

Parte 3: Motivação e agradecimentos

Especialistas aconselham que a carta termine falando por que essa vaga lhe entusiasma (ela vai ajudar a atingir seus objetivos profissionais, por exemplo? Trata de temas que lhe interessam muito?) e por que você merece uma entrevista (por que acha que tem um fit cultural com os valores da empresa e como pode ajudá-la a crescer?).

Exemplo:

A oportunidade me entusiasma tanto pela tradição da empresa X quanto pela clara vontade de inovar que está presente ao longo de sua história, que mostra que novas ideias e abordagens são bem vindas. Como pensar em novos jeitos de desenvolver e ajudar jovens talentos é uma de minhas paixões, creio que eu poderia agregar valor à X.

Também agradeça a oportunidade e atenção e deixe seus contatos mais uma vez.

Há recrutadores que recomendam que você faça um follow up com uma ligação uma semana depois de enviar sua candidatura. Se não tiver dado certo, pelo menos você pode angariar informações para melhorar na próxima vez e ainda pratica uma postura de proatividade.

Revise, revise, revise

Não custa repetir: erros de português são inaceitáveis, então revise constantemente.

Às vezes, no entanto, o olhar cansado deixa alguma coisa passar, tanto em termos de acento e concordância quanto de conteúdo geral.

É aí que entra a participação de terceiros, como amigos, colegas e familiares, que podem avaliar seu melhor modelo de currículo e oferecer feedbacks construtivos.

Pergunte se há algum erro ou algo estranho, se está fácil de ler, se falta alguma coisa que você fez, o que chama a atenção… Aproveite a oportunidade para aprimorar seu currículo ainda mais.

Por fim, revise tudo mais uma vez – dê atenção especial à grafia de nomes de empresas e das posições desejadas – e salve o arquivo.

É melhor exportá-lo para o formato PDF, uma opção fornecida por todos os editores de texto. Ele manterá sua formatação original e você não vai precisar se preocupar com uma quebra de linha acidental arruinando todo seu trabalho duro. Agora é só enviar. Boa sorte!

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6 oportunidades promissoras para quem quer empreender em educação

Homem careca em frente ao computador

Não é novidade para ninguém que educação é uma das temáticas mais urgentes para a construção de um país melhor, mais justo e mais produtivo. O que poucas pessoas sabem é que, nos últimos anos, o setor vem sendo sacudido e arejado por diversas inovações e startups, que em conjunto têm colocado em prática uma verdadeira revolução na educação brasileira. Ainda assim, ainda há (muito!) espaço para mais!

No texto a seguir, o empreendedor Marlon Souza, a pedido da Endeavor, compartilha sua visão sobre as oportunidades para quem quer empreender no setor educacional. Ele, que já foi entrevistado pelo Na Prática, é cofundador da Playmove, startup voltada para o uso de tecnologia na educação infantil, e tem sido diretor executivo da empresa desde sua criação. Confira o seu relato a seguir:

É impossível negar: o setor de educação é um caminho promissor aos empreendedores. O investimento no setor é tendência, tanto na esfera pública, como no setor privado. Ainda que a passos lentos, os investimentos públicos em educação têm crescido e miram no Plano Nacional da Educação (PNE), que pretende destinar até 10% do PIB ao setor.

Apenas de 2005 a 2012, o investimento total aumentou quase 4%, segundo dados do relatório “Education at a Glance”, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Quando olhamos para o setor privado, a expansão das franquias são um bom exemplo da tendência de crescimento. Somente no terceiro trimestre de 2015, esse modelo de negócio cresceu 15%, de acordo Associação Brasileira de Franchising (ABF).

Por mais que esse setor esteja crescendo muito, nem sempre os empreendedores têm uma visão tão clara sobre o mercado. Por mais que a trajetória da Playmove ainda esteja no começo, temos acompanhando a evolução do setor de educação, assim como o da tecnologia, há mais de duas décadas. Portanto, tomo a liberdade de apresentar abaixo uma lista com 6 nichos promissores para investir no setor de educação:

1. Plataformas inovadoras e games

Nunca houve tanta demanda por uma educação inovadora e cativante. Estamos falando com as novas gerações, pessoas cada vez mais conectadas, e o desafio de engajamento e motivação é cada vez maior. Por isso, as plataformas inovadoras, gadgets e demais recursos tecnológicos são tão bem-vindos em sala de aula. Querendo ou não, eles já fazem parte do cotidiano da maior parte da população e por que deveria ser diferente no ambiente escolar?

A mesma lógica se aplica aos jogos, devido ao potencial muito maior em relação ao mero entretenimento. Os games são caminhos muito interessantes para o desenvolvimento em diversos sentidos, assim como para apoiar o processo de ensino e aprendizagem.

O ponto chave está no propósito pedagógico embutido em cada solução, em cada recurso inovador ou em cada jogo educativo que se pretende colocar no mercado. Nos dias de hoje, não basta ser apenas um óculos divertido, um game bonito ou uma caneta mágica. É preciso mostrar o seu valor dentro do contexto pedagógico.

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2. Movimento maker

movimento maker é um verdadeiro convite aos estudantes para “colocar a mão na massa”, em contraste ao modelo educacional que foca na teoria. O motivo é claro: os alunos absorvem melhor o aprendizado quando experimentam a prática junto da teoria. A oportunidade está em desenvolver caminhos ou soluções que apoiem a disseminação desse novo modelo junto aos docentes, sempre deixando claro suas vantagens no processo de ensino e aprendizagem.

O movimento maker foi fundado em 2005 e de lá pra cá tem cativado adeptos em todo o mundo, impulsionado também pelo movimento empreendedor. O que eles têm em comum? A vontade de criar, transformar e inovar. Por ser ainda muito recente, trata-se de um nicho ainda em expansão e com muito potencial de crescimento. Ou seja, um prato cheio para quem quer propor soluções no setor da educação.

Quem quer conhecer melhor o conceito e as possíveis áreas de atuação, não pode deixar de visitar o blog Fazedores. Entre os exemplos de aplicação do movimento maker, é possível citar ainda: RUTE ,ExplorumWhite House Maker FaireProjeto FabLab@SchoolStance Dual School.

3. Educação a distância

É nesse nicho que talvez as oportunidades estejam mais evidentes, pois nunca se falou tanto sobre a expansão da oferta de cursos nesta modalidade. O Censo da Educação Superior 2014, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), contabilizou 1,2 milhão de matrículas apenas nas instituições privadas, naquele ano. Isso significou um  aumento de 20,36%, na comparação com 2013.

Um dos empreendimentos que aproveitou essa tendência de mercado foi o CERS Cursos Online, que iniciou suas atividades em 2009 e conta atualmente com 27 salas de gravação, em seis estados brasileiros. O portal Geekie também merece destaque. Ele impactou mais de 3 milhões de alunos, por meio de uma tecnologia de ensino, que promove o aprendizado personalizado e acaba de fazer uma parceria com o Ministério da Educação.

Para esse segmento, os empreendedores devem estar atentos para as demandas inerentes à expansão e consolidação do mercado. Por exemplo, plataformas e metodologias para fidelizar e atrair novos alunos, infraestrutura de TIC e tecnologias educacionais que deem suporte às aulas a distância, além de metodologias inovadoras para diferentes segmentos dentro da EaD, como educação inclusiva, cursos rápidos e etc.

4. Inclusão de pessoas com deficiência

Inclusão é a palavra chave quando falamos sobre educação de pessoas com deficiência. Se antes o atendimento era diferenciado, chegando muitas vezes a ser segregador, cada vez mais as ações voltadas à inclusão ganham espaço nas escolas. Ou seja: se você tem uma boa ideia para inovar no ensino e aprendizagem no atendimento educacional especializado, promovendo educação inclusiva como um todo, minha orientação é… Vai fundo!

Soluções que sejam acessíveis e que facilitem a atuação dos docentes são sempre bem-vindas, assim como aquelas que promovem a interação entre os alunos com e sem deficiência. Leve em conta todos os tipos de limitações, pois eles podem representar também um nicho para se especializar como, por exemplo, deficiência visual, autismo, paralisia cerebral e Síndrome de Down.

5. Arquitetura pedagógica

As novas gerações de estudantes desejam ter experiências diferenciadas em sala de aula e isso passa não só pela inovação no processo pedagógico, mas também pela construção de ambientes mais modernos. Nesse contexto, ganha relevância o conceito de arquitetura pedagógica, o que pode ser um diferencial para as escolas reduzirem custos, ampliar a qualidade do ensino, captar novos alunos e superar a crise, evitando a evasão.

A arquitetura pedagógica na escola também pode contribuir para criar ambientes que favoreçam o ensino, a inclusão e incentivem a criatividade e a integração entre as crianças. Para conhecer bons exemplos da aplicação da arquitetura pedagógica, recomendo buscar a  Innova Schools, uma rede peruana de escolas, e a 4 Elementos Sítio Escola, que  tem como um dos pilares o ensino de práticas sustentáveis.

Ou seja, o seu nicho de atuação pode focar tanto na produção de soluções para compor a arquitetura pedagógica, como serviços e consultorias que disseminem essa prática no setor.

6. Competências socioemocionais

Na medida em que a tecnologia está cada vez mais presente no universo escolar, cresce também a importância do desenvolvimento das competências socioemocionais. Já sabemos que, para encarar o mundo real, as crianças de hoje precisam saber muito mais do que as operações matemáticas ou as capitais dos estados brasileiros. As vivências fora da escola, as relações interpessoais e o amadurecimento demandam que a escola também elabore nas crianças questões, como paciência, cooperação, confiança, autocontrole, criatividade e responsabilidade.

Da crescente demanda, é possível afirmar que surge uma oportunidade de mercado. De que forma você acha que pode auxiliar professores, gestores e pais a apoiar o desenvolvimento destas características? A tecnologia pode ser uma aliada? Quais são as referências disponíveis?

Diante desse cenário favorável, a educação é um mercado em constante transformação e com uma demanda por soluções inovadoras. Não se trata apenas de uma questão puramente tecnológica, o ponto chave está em se diferenciar em um setor superexigente, que não hesita em bombardear o ser negócio de “por quês?”.

Por que eu devo investir na sua solução? Por que devo priorizar isso e não aquilo?

É por isso que, junto ao propósito de provocar uma transformação social, torna-se fundamental contar com pontos bem estruturados que sustentem a sua proposta. Na minha vivência com a Playmove, destaco as experiências no programa de aceleração da Artemísia, focado em negócios de impacto social, e mais recentemente, na nossa participação no programa Promessas, da Endeavor. Ambos fundamentais para manter nosso negócio alinhado com o propósito e ao mesmo tempo em ganhar escala.

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Entre os principais fatores para orientar a jornada dos empreendedores no universo da educação, destaco:

1. Conheça e entenda o mercado

A educação é um universo de oportunidades, mas que também é muito exigente. Não se pode deixar de lado as boas práticas, como benchmarking, estudo de personas, análise de pesquisas e de qualquer outro recurso que forneça informações que sustentem cada passo da trajetória empreendedora.

2. Garanta a qualidade

Querendo ou não, a exigência de métricas que demonstrem a eficiência e a qualidade do seu produto ou serviço também já chegou ao setor da educação. É fundamental amparar pedagogicamente a sua iniciativa, por meio de parcerias com profissionais capacitados em diferentes áreas do conhecimento. Além disso, não aposte em uma solução que possa vir a se tornar obsoleta, preze pela reputação da sua empresa e daquilo que você vende, sem deixar de lado o seu propósito.

3. Seja articulado

O empreendedor do setor de educação deve estar em contato constante com os agentes do setor da educação, mas a articulação com o ecossistema empreendedor é fundamental para qualificar e oxigenar o negócio. É neste cenário que você tem acesso a investidores, mentorias, parcerias e outras referências que podem agregar à carreira empreendedora e à gestão do seu negócio.

Se você já está apostando as suas fichas no setor da educação, não deixe de compartilhar sua experiência e aprendizado com outros empreendedores. Se você ainda está ponderando o empreendedorismo nessa área e tem dúvidas sobre o mercado, não deixe de conversar com quem já passou ou está passando pela experiência!

 

Este artigo foi originalmente publicado em Endeavor

Yunus Brasil lança cursos à distância sobre negócios sociais

Muhammad Yunus sorrindo

Há sempre algo novo para aprender e, para auxiliar empreendedores brasileiros, a Yunus Negócios Sociais lançou recentemente dois cursos online sobre seu tema principal. Ambos trazem conteúdo nacional e internacional e o próprio Muhammad Yunus (considerado pai do conceito de negócios sociais) ministrando algumas aulas. “Nossa proposta é ampliar a abrangência do que fazemos, tanto em educação quanto em aceleração”, explica Fabiana Zanni, gestora da área de educação da organização.

O primeiro é o Curso Internacional de Introdução a Negócios Sociais. Ao longo de 31 vídeos divididos em quatro módulos, ele apresenta o conceito de negócios sociais, o contexto global e as possibilidades de aplicação. Para aproximar o aluno da realidade brasileira, há cases como o Instituto Quintessa, que apoia negócios de impacto por aqui, e a Pé de Feijão, que transforma espaços ociosos em hortas comunitárias. O investimento é de 390 reais por dois meses de acesso à plataforma.

Baixe o Ebook: 14 brasileiros que estão colocando o país no mapa do empreendedorismo social

A segunda opção é mais voltada para a prática. Trata-se de Como Criar e Desenvolver Negócios Sociais, que traz conteúdo sobre o processo de aceleração da Yunus e diversas histórias inspiradoras do Brasil e do mundo.

Daniel Izzo, da Vox Capital, fundo que investe em negócios de impacto social, é um dos personagens que compartilha seus conhecimentos. “Muita coisa vai ter impacto positivo, mas a intenção é o que separa o impacto positivo involuntário de uma ação que realmente busca traze-lo para o core business do negócio”, leciona.

As aulas também dão conta das fases e processos envolvidos no setor, incluindo noções de marketing, modelo canvas, pitching e gestão de pessoas. No final, é possível enviar seu plano de negócios para a própria organização. O curso tem 63 vídeos e custa 720 reais por três meses de acesso.

Alunos que concluírem as aulas receberão uma certificação oficial da Yunus Social Business. Saiba mais e inscreva-se!

Você está sabotando o seu próprio trabalho? Descubra e veja como evitar!

stephanie crispino sorrindo

Quando algo dá errado na carreira, costumamos atribuir o problema a causas externas: a crise econômica, o mercado de trabalho disputado, e até mesmo o despreparo de líderes e gestores. Embora estes fatores existam e possam sim impactar o seu desempenho profissional, é provável que o maior inimigo da sua carreira esteja mais perto do que imagina: você mesmo.

Já ouviu falar em autossabotagem? Esse termo indica que o grande obstáculo para o seu sucesso é você mesmo, segundo explica Stephanie Crispino, coach responsável pela idealização dos programas Autoconhecimento Na Prática e Autoconhecimento Na Prática Online. Trata-se de uma série de comportamentos que, no final das contas, contribuem inconscientemente para que tudo dê errado.

Na nova websérie #AcelereSuaCarreira, desenvolvida pelo Na Prática em parceria com Exame.com, explicamos como driblar a autossabotagem, esclarecendo quais aspectos internos podem estar atrapalhando seu crescimento na carreira e como você pode evitá-los. Assista a seguir e descubra como parar de se sabotar no trabalho:

Episódio 1

O que é autossabotagem e de que formas você mesmo pode estar emperrando a sua vida.

Episódio 2

Quais são os seis principais sabotadores que podem minar o seu sucesso.

Episódio 3

Como ser exigente demais consigo mesmo pode ser contraproducente.

Episódio 4

Como a ansiedade pode atrapalhar o seu desenvolvimento.

Episódio 5

Como bancar o bonzinho pode tornar você um vilão de si mesmo.

Episódio 6

Como evitar conflitos pode causar problemas ainda maiores.

Episódio 7

Como a procrastinação, o hábito de deixar tudo para a última hora, pode fazer com que você deixe de fazer as coisas mais importantes.

Episódio 8

Como a vitimização pode tirar de você a oportunidade de aprender com os próprios erros.

Episódio 9

Como alguns medos podem impedir você de chegar aonde quer.

Episódio 10

Veja dicas para superar a autossabotagem e crescer profissionalmente.

4 dicas de carreira de Walter Schalka, CEO da Suzano

Walter Schalka

Walter Schalka teve uma ascensão rápida. Aos 28, já era diretor financeiro da Dixie Lalekla e, aos 31, tornou-se seu presidente. Ocupou o mesmo cargo na Votorantim Cimentos, onde promoveu a expansão da companhia para catorze novos países e consolidou a marca como uma das mais fortes multinacionais da indústria de base brasileira.

Ainda quando era estudante do ITA, Walter já demonstrava interesse pela área de gestão que faria sua fama. “Não queria ser um engenheiro de prancheta”, lembra. Incentivado por um professor e pela afinidade com exatas, manteve-se no curso, mas depois de graduado foi buscar uma especialização na FGV (Fundação Getúlio Vargas – SP). A ideia era aprender mais sobre a parte humana para complementar o perfil técnico de sua graduação.

Hoje, o estilo de liderança que aplica na Suzano – valorizando o diálogo e a equipe – foi elogiado por diversas publicações especializadas e tem revertido o cenário desafiador em que ele herdou a companhia. A seguir, veja quatro dicas que ele compartilhou com os leitores do Na Prática e que fazem parte do minicurso por email Conselho de CEO – Aprenda sobre a carreira em gestão empresarial com grandes líderes. O bate-papo completo pode ser acessado aqui.

Dica 1: Não seja um ‘gestor zelador’

Para Walter Schalka, o gestor não pode adotar a postura de um zelador, que tem por missão fazer com que as coisas permaneçam como elas são. Pelo contrário: a boa gestão é aquela voltada para a transformação. Para ele, o gestor tem que estar o tempo inteiro transformando e criando coisas novas. E você, qual a mudança tem que fazer para deixar sua marca?

Dica 2: Não seja um super herói da gestão

Com um estilo de gestão focado no diálogo e no trabalho em equipe, Walter Schalka não acredita na figura mítica do ‘super CEO’. Ele aposta em um modelo de gestão em que todas as pessoas da organização são ativas no processo de criação de valor, que deve ser muito mais coletivo do que individual.

Dica 3: No começo da carreira, esqueça a parte financeira

Walter Schalka, hoje CEO da Suzano, relembra como foi o seu primeiro emprego. Quando aceitou a proposta de trabalho no Citibank, como trainee, o salário era o menor entre as ofertas que havia recebido. Ainda assim, aceitou o convite da empresa. Para ele, o importante no início de carreira é focar nas possibilidades de aprendizado e não no salário.  

Dica 4: Sem tesão não existe sucesso

Sentir tesão no trabalho é essencial para ser um profissional bem-sucedido. “Você tem que fazer as coisas com vontade, com garra, com tesão sobre o que você está fazendo. Se não tiver isso daí, não importa onde você esteja, não vai ter sucesso”, ele diz. Isso é mais fácil, claro, quando você trabalha com algo que traz felicidade. Encontrar essa carreira, muitas vezes, começa com o autoconhecimento.

Assista aqui à entrevista completa com Walter Schalka

Por dentro da Gera Venture, fundo de educação que tem Jorge Paulo Lemann entre os investidores

Crianças colorindo mapa
[João Bittar/UNESCO-MEC]

Todo 1º de agosto, Guilherme Cintra comemora uma conquista. Foi nesse dia que, há quase quatro anos, ele começou a trabalhar na Gera Venture, fundo de educação de capital de risco exclusivamente focado em educação. Aos 25 anos, é um de cinco sócios e integra um grupo pequeno e jovem que se tornou referência na área.

“No início foi muito difícil, porque ninguém nunca tinha comprado uma escola”, explica ele, que participou de sua primeira operação de fusões & aquisições logo que chegou, aos 21 anos, ao portal Na Prática. “Batemos em muitas portas sem sermos atendidos. As pessoas perguntavam qual era a lógica daquilo, o que estávamos comprando de fato – as paredes?”

Depois da primeira aquisição – que se tornou a holding Eleva Educação, composta por quatro escolas que atendem cerca de 30 mil alunos –, a situação ficou mais clara. Outros investidores passaram a fazer coisas semelhantes e o conhecimento se espalhou. “Há uma transição cultural para entender que é possível investir na área de educação.”

Além de ter escopo diferenciado, a Gera mantém seus funcionários ativos em diversas funções. Guilherme, por exemplo, está atuando por tempo indeterminado como diretor de uma unidade do Sistema Elite de Ensino, no Rio de Janeiro. (O Elite, assim como as redes Pensi, Coleguium e Alfa, compõe a Eleva.) “A ideia é ficar dentro da gestão da empresa e me desenvolver”, diz. “Vim fazer MBA aqui, não em Harvard.”

Trajetória profissional

Quando estava escolhendo sua graduação, Guilherme ficou em dúvida entre diversas áreas, como direito e história. Acabou optando pela economia, que estudou na PUC-Rio como bolsista da Fundação Estudar.

Profissionalmente, teve seus momentos de vacilo. “Na faculdade é comum achar que só existe um caminho lógico, e na minha era ir para o mercado financeiro tradicional”, lembra. Ele, no entanto, buscava algo que se encaixasse com sua paixão por educação básica.

Foi quando se deparou com a Gera, fundada em 2010, através de indicações da rede da Estudar. (O empresário Jorge Paulo Lemann é o maior investidor e integra o conselho do fundo.) Entre idas e vindas, que incluíram um intercâmbio fora do país e estágios no BBM e na Ventor Investimentos, finalmente recebeu uma oferta da empresa em agosto de 2012.

Leia também: Como é feito um investimento de venture capital?

“As sócias-fundadoras, Rafaela Vilella e Duda Falcão, sempre quiseram construir uma equipe sem vícios de cultura, então dificilmente contratamos alguém que não seja estagiário – alguém sem experiência, mas que tenha potencial”, fala. “Aí a pessoa vai se provando e crescendo. Há uma regra que, em dois anos, ou você vira sócio ou vai embora. Então você dá um gás.”

Guilherme Cintra - Gera Venture
[acervopessoal]

Perfil do profissional em um fundo de educação

Entre as características buscadas pelo fundo estão curiosidade, flexibilidade, criatividade, disciplina e uma vontade de conhecer profundamente um setor cheio de nuances. “Eu me forço a saber e a ter três conversas por mês com pessoas que trabalham com educação”, exemplifica.

Ele também sugere que jovens procurem métodos do tipo “lifehacking”, que facilitam e agregam informações ao cotidiano. Fã declarado de podcasts, Guilherme preenche as horas no trânsito com programas sobre marketing, economia, internet e psicologia e garante que seu trabalho ganha com isso.

“Todas essas pequenas coisas diferentes se ligam ao seu assunto principal”, explica. “Você consegue quebrar o problema em pedaços e saber de onde extrair conhecimentos para mudar o que está ali.”

Cotidiano de trabalho da equipe

O tamanho reduzido da equipe e a idade média de 27 anos fazem com que o ambiente do fundo se pareça com uma startup – uma que lida com centenas de milhões de reais, é verdade. “Quando você tem um fundo pequeno e pessoas novas e ambiciosas, há um crescimento conjunto”, diz Guilherme, destacando a horizontalidade da organização.

Ao analisar possíveis investimentos, que se dividem entre private equity e capital de risco, a Gera utiliza uma série de critérios pré-estabelecidos. Aquela empresa atende uma demanda real na educação? Tem potencial financeiro? O modelo pode escalar? O empreendedor é flexível? O produto é de qualidade? A missão é escolher investimentos lucrativos e que tenham impacto na educação – não há um sem outro.

A tomada de decisões é coletiva. “Discutimos muito toda semana e, se o case é maior, trabalhamos nele juntos”, diz Guilherme. Antes de assinar contratos, o grupo ainda apresenta suas decisões de investimento aos membros do conselho, composto por empresários experientes. 

Além da holding Eleva Educação, o portfólio hoje também tem as unidades fluminenses da Cultura Inglesa e startups como Geekie, Kaltura, Civitas Learning, Bloomboard e MangaHigh. “Na parte de capital de risco [onde ficam as startups], 90% de nossa decisão é baseada no time. É preciso olhar o setor, ver se faz sentido e se o empreendedor te ouve”, fala.

Uma vez “investidas”, as empresas contam com acompanhamento próximo e o auxílio necessário. “Fazemos muitas pontes entre empresas nacionais e estrangeiras e buscamos gente boa na nossa rede, além de ajudar em pesquisas.”

Nas aulas O gosto de Guilherme por investigar assuntos o levou até a criar uma nova área de pesquisas, que resulta em um clipping semanal sobre educação para os colegas. Há também as cartas abertas, onde a equipe compartilha seus insights publicamente. Ambos estão disponíveis online

Na carta número 1, o fundo esclarece sua visão: é preciso sacudir a letargia dos métodos de ensino e encontrar novas (e eficazes) maneiras de transmitir conteúdo no século 21. “É uma questão de tempo e pesquisa para que novas tecnologias sejam cada vez mais presentes em nossas salas”, escrevem. “Mas no Gera não acreditamos em balas de prata em educação. Sabemos que, como na busca pelo Santo Graal, a caminhada será árdua e complexa. Nosso trabalho é para que, daqui a alguns anos, a leitura das cartas do Gera conte a trajetória da criação de um modelo educacional que aproveite o melhor dessas ferramentas a fim de gerar melhorias pedagógicas alinhadas a um atraente retorno financeiro.”

Foi a vontade de fazer uma busca imersiva por melhorias pedagógicas que levou Guilherme a trabalhar como diretor de escola. O posto é um jeito prático de entender, de verdade, diversos temas importantes para o futuro dos negócios. Como criar um novo sistema de precificação, planejar o ciclo de matrículas ou desenhar novos currículos, por exemplo? “Eu sabia a teoria, mas ainda estava distante da ponta”, lembra ele.

Baixe o Ebook: 8 Mitos Sobre Carreira em Educação

A unidade no bairro de Vila Valqueire tem cerca de 1000 alunos, 50 funcionários e 50 professores. As tarefas do investidor se espalham por todos os setores, como pedagogia, administração e controle financeiro. “Como gestor, gasto muito tempo com gente”, conta. “E o melhor indicador de sucesso são as relações, porque funcionários felizes têm um impacto gigantesco.”

Os primeiros meses foram de muitas conversas, especialmente com pais de estudantes, para entender melhor as situações reais. A rotina segue puxada, mas Guilherme está mais tranquilo. Algumas das práticas que desenvolveu ao longo dos últimos cinco meses – ele costuma escrever relatórios diários para si mesmo e pretende transformá-los em manuais de trabalho – já estão sendo implementadas em outras unidades da Eleva.

Gera Venture
[Elite em Vila Valqueire, no Rio de Janeiro / acervopessoal]

Seus aprendizados também serão úteis na primeira Escola Eleva, que estreia no bairro de Botafogo em 2017 com currículo e proposta educacional moldados pela equipe da Gera. Parcerias com a Orquestra Sinfônica Brasileira e com a Universidade Stanford estão nos planos, assim como um foco maior no que chamam de habilidades de vida, como pensamento crítico, comunicação e colaboração.

O potencial de crescimento enxergado pelo fundo está se provando real, diz Guilherme, e com o duplo mandato de impacto financeiro e social que queriam. “Com um bom trabalho, você de fato agrega valor para os alunos e cria um modelo de gestão educacional replicável e mais apurado no país”, diz. “Ver que dá para mudar algo gera uma paixão muito grande. É possível fazer.”

As 20 universidades brasileiras mais prestigiadas no momento

Universidades brasileiras

A USP (Universidade de São Paulo) é a melhor universidade brasileira segundo um novo ranking da consultoria britânica QS. A lista classifica as instituições de ensino superior mais respeitadas entre os Brics, grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Além do 1º lugar na lista nacional, a instituição paulista ocupa a 10ª posição no ranking geral dos Brics e é a única universidade do país a figurar entre as 10 melhores na comparação entre os emergentes. Estados do sudeste e sul dominam o topo: das 20 universidades mais bem classificadas, apenas duas, UnB (Universidade de Brasília) e UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), pertencem a outras regiões do país.

Para chegar ao ranking, foram usados oito indicadores, tais como reputação acadêmica, reputação entre empregadores, proporção entre docentes e estudantes, número de professores com phD e produtividade em pesquisas.

1. Universidade de São Paulo (USP)

Ranking no Brasil 1º
Ranking entre os países emergentes 10º
Nota geral da instituição (0-100) 87

2. Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Ranking no Brasil 2º
Ranking entre os países emergentes 12º
Nota geral da instituição (0-100) 85,2

3. Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Ranking no Brasil 3º
Ranking entre os países emergentes 29º
Nota geral da instituição (0-100) 75,2

4. Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Ranking no Brasil 4º
Ranking entre os países emergentes 36º
Nota geral da instituição (0-100) 72

5. Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

Ranking no Brasil 5º
Ranking entre os países emergentes 45º
Nota geral da instituição (0-100) 68,5

Leia também: Os 100 melhores cursos de Administração do Brasil

6. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

Ranking no Brasil 6º
Ranking entre os países emergentes 46º
Nota geral da instituição (0-100) 68,2

7. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Ranking no Brasil 7º
Ranking entre os países emergentes 46º
Nota geral da instituição (0-100) 68,2

8. Universidade de Brasília (UnB)

Ranking no Brasil 8º
Ranking entre os países emergentes 51º
Nota geral da instituição (0-100) 66,1

9. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)

Ranking no Brasil 9º
Ranking entre os países emergentes 52º
Nota geral da instituição (0-100) 66

10. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Ranking no Brasil 10º
Ranking entre os países emergentes 53º
Nota geral da instituição (0-100) 65,7

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11. Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

Ranking no Brasil 11º
Ranking entre os países emergentes 59º
Nota geral da instituição (0-100) 63,7

12. Universidade Federal de Santa Catarina

Ranking no Brasil 12º
Ranking entre os países emergentes 67º
Nota geral da instituição (0-100) 59,2

13. Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Ranking no Brasil 13º
Ranking entre os países emergentes 79º
Nota geral da instituição (0-100) 50,4

14. Universidade Federal Fluminense (UFF)

Ranking no Brasil 14º
Ranking entre os países emergentes 82º
Nota geral da instituição (0-100) 49

15. Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Ranking no Brasil 15º
Ranking entre os países emergentes 86º
Nota geral da instituição (0-100) 48,6

16. Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Ranking no Brasil 16º
Ranking entre os países emergentes 93º
Nota geral da instituição (0-100) 46,1

17. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Ranking no Brasil 17º
Ranking entre os países emergentes 97º
Nota geral da instituição (0-100) 45

18. Universidade Federal de Viçosa (UFV)

Ranking no Brasil 18º
Ranking entre os países emergentes Faixa de 101º-110º

19. Universidade Estadual de Londrina (UEL)

Ranking no Brasil 19º
Ranking entre os países emergentes Faixa de 101º-110º

20. Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP)

Ranking no Brasil 20º
Ranking entre os países emergentes Faixa de 111º-120º

Leia também: Veja quais são as melhores faculdades de Direito do mundo

 

Este artigo foi originalmente publicado em EXAME.com

JEWC: líder em número de empresas juniores, Brasil sedia encontro mundial em Florianópolis

Florianópolis com jewc 16 escrito

Entre 20 e 24 de julho, cerca de três mil de empresários universitários de 17 países estarão em Florianópolis para o JEWC 2016. Trata-se da nova edição do Encontro Mundial de Empresas Juniores, que acontece a cada dois anos e alterna-se entre Europa e Brasil.

“O JEWC conecta uma geração de jovens que pode de fato alavancar novos negócios e instituições já existentes”, explica Pedro Rio, presidente da Brasil Júnior, a confederação nacional de empresas juniores. A escolha da cidade, um pólo empreendedor importante no país, foi feita pelo conselho da entidade.

Em seguida, a equipe, que tem em média 22 anos, se encarregou de organizar o evento em si. Das lições de liderança consciente da monja Coen Sensei aos desafios da gestão pública segundo Joice Toyota, passando por jogos cooperativo com Edgard Gouveia, noções de protagonismo com a equipe da Fundação Estudar, divulgação dos vencedores do Desafio Ambev e vários workshops, a programação é dinâmica.

“O objetivo é conectar as pessoas com a temática de liderança numa era de colaboração, para que a juventude saiba que os desafios só serão superados se estiver conectada e que exigirão um novo tipo de líder, que trabalhe num universo compartilhado”, diz Pedro. “Além de trazer ferramentas úteis para o dia a dia, o JEWC conecta jovens de todos os estados brasileiros e de diferentes países. Quando jogamos todo mundo numa sala, eles compartilham e se tornam melhores.”

Líder mundial Não é por acaso que os anfitriões são brasileiros. Entre 2014 e 2015, segundo dados da Brasil Júnior, as empresas juniores brasileiras deram dois saltos: o número de negócios cresceu de 222 para 320 e o faturamento, de R$ 5,7 milhões para cerca de R$ 10 milhões.

A pesquisa ouviu mais de 3 mil empresários universitários brasileiros e constatou que eles se tornaram líderes mundiais no setor, ultrapassando a Europa em quantidade de empresas. 

Aqui, nas 287 universidades em que estão presentes (mais de 90% delas públicas), as empresas se concentram principalmente nos cursos de engenharia (40%), ciências sociais (18%) e ciências humanas (14%). Para a Brasil Júnior, trata-se de um jeito de aprender na prática o que as universidades só ensinam na teoria e de crescer, profissional e pessoalmente.

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Pedro explica que o salto se deu tanto em virtude da extensão continental do país quanto do número de universidades presentes. É também relacionado à cultura empreendedora do brasileiro, que abraçou a ideia desde sua chegada em 1988. (O conceito em si surgiu nos anos 1960, na França.)

“De lá para cá, aprendemos muito sobre a utilidade desse modelo, que influencia muito positivamente a educação e o empreendedorismo”, diz Pedro, citando a conexão direta com o mercado e a capacidade de aprimorar produtividade.

Vale lembrar que as empresas júniores são totalmente compostas e geridas por estudantes de graduação, o que costuma significar uma experiência intensa em termos de liderança, gestão e aprendizado profissional.

Diego Gomes, sócio da empresa de marketing de conteúdo RockContent, destaca este aspecto em sua passagem pela CRIA, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “Meu primeiro contato com clientes reais foi através da empresa júnior: gente de verdade com problemas de verdade”, lembra. “Acredito muito que essa vivência desperta a vontade de montar um negócio em todo aluno universitário.”

Além de servir como uma prévia do mercado de trabalho, tais negócios costumam ser bem vistos por recrutadores e empregadores. Segundo a Brasil Júnior, algumas empresas de peso, como Ambev e Itaú, chegam a fazer processos de seleção exclusivos para estes universitários, que somam 11 mil pelo país.

E o setor, que ganhou marco regulatório federal em abril de 2016, já se prepara para um novo pulo. A confederação assumiu o compromisso de elevar o número total de empresas júniores para 600 – nos próximos três anos. “Queremos ter também as melhores do mundo”, avisa Pedro. 

Como transformar o seu chefe em um mentor para o resto da vida

Homem mais velho conversando com jovem

A relação que você mantém com o seu chefe é a mais importante da sua carreira. Não é difícil entender o porquê: é ele quem tem o poder de promover, demitir, aprovar aumentos salariais, autorizar treinamentos e expor o seu talento perante o resto da empresa.

Mesmo que você mude de emprego, ele pode apresentar você a outros profissionais e até se tornar um mentor para a sua carreira.

Essas são as razões pelas quais é importante construir uma relação afetiva com o seu líder, afirma o coach norte-americano Steve Arneson, autor do livro “O que seu chefe realmente quer de você” (Editora BestSeller, 2016).

“Apenas cumprir as tarefas pedidas pelo seu gestor pode trazer experiência profissional, mas não ajudará muito a sua carreira”, diz o especialista. “Você precisa aprender com os erros dele, fazer perguntas e pedir conselhos, o que só é possível se vocês têm um relacionamento próximo”.

Embora muitos chefes de fato não tenham preparo suficiente para interagir de forma madura e produtiva com seus subordinados, também é verdade que o preconceito contra eles estraga muitas relações. Afinal, não faltam estereótipos em torno dessa figura.

De acordo com João Marcelo Furlan, sócio-fundador da Enora Leaders e autor do livro “Flaps!” (Editora DVS, 2015), para além da fantasia de que gestores são pessoas inflexíveis ou difíceis de agradar, também sobrevive no Brasil a noção de que eles são completamente intolerantes a qualquer erro da equipe.

“Muitos profissionais acham melhor esconder suas fraquezas e dúvidas do chefe, por medo de parecerem incompetentes aos olhos dele”, diz Furlan. “Na verdade, é justamente ao mostrar a sua vulnerabilidade que você constrói uma relação aberta ao aprendizado, que pode evoluir para uma mentoria”.

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Qual é a diferença entre um chefe, um coach e um mentor?

Segundo Arneson, um chefe não passa de um administrador do trabalho de uma ou mais pessoas. Já o coach tem o papel de provocar o desenvolvimento de um profissional por meio de perguntas, desafios e exercícios — sem jamais dar respostas prontas ou arriscar palpites sobre a sua conduta, completa Furlan.

O mentor, finalmente, é uma espécie de professor de carreira: ele se apoia em suas próprias vivências para orientar, dar conselhos e indicar caminhos para seu protegido. “Se você é uma pessoa de sorte, trabalha para um chefe que pode ser tanto um bom coach quanto um ótimo mentor”, diz Arneson.

Como transformar o seu chefe num mentor?
Não há receitas para relacionamentos. Ainda assim, certas estratégias podem enriquecer a parceria que você mantém com o seu chefe e, eventualmente, colocá-la na direção de uma mentoria.

O primeiro passo é demonstrar o seu desejo sincero de aprender com ele. “Faça perguntas, peça conselhos de carreira, crie o hábito de solicitar o conhecimento dele para grandes e pequenas decisões”, diz Furlan.

Isso não quer dizer que a interação entre vocês deva ser sempre pautada por assuntos profissionais ou técnicos. Muito pelo contrário: é importante que as conversas entre vocês também incluam temas que nada têm a ver com o trabalho.

Falar sobre os seus hobbies, vivências e opiniões pessoais — e demonstrar interesse também pelas histórias do seu chefe — ajuda a criar um vínculo emocional com ele. Segundo Furlan, o grande segredo para conquistar um mentor é conquistar um amigo, uma pessoa com quem você almoça e bate papos informais fora da empresa.

A relação, contudo, seguirá sendo predominantemente profissional. “É indispensável ganhar a confiança do seu líder, o que significa que você precisa fazer um ótimo trabalho, ser consistente, respeitar prazos e mostrar que você é competente”, explica Arneson. “Só assim você irá demonstrar que é digno da mentoria dele”.

Executar um bom trabalho também significa facilitar a vida do seu gestor, isto é, oferecer ajuda para pequenas e grandes tarefas que ele precise cumprir. Afinal, diz o coach norte-americano, todo chefe gosta de passar tempo com pessoas solícitas, bem dispostas e prontas para tomar a iniciativa.

O que você pode dar em troca?
Todas as estratégias descritas por Arneson e Furlan têm a capacidade de enriquecer muito a sua relação com o seu líder, mas há um detalhe que fará toda a diferença: se você quer que ele se transforme no seu mentor, você também precisa ser uma espécie de mentor para ele.

É o que se chama de “mentoria reversa” —  quando o aluno também age como professor. Apesar de menos experiente que o seu líder, você detém muitos conhecimentos que faltam a ele.

O jovem pode ajudar seu mentor a se tornar mais proficiente em tecnologia ou a entender melhor a mentalidade da geração Y, por exemplo.

Quando se revezam nas posições de mentor e mentorado, diz Arneson, você e seu líder constroem uma relação que gera benefícios mútuos. Embora difícil de atingir, a reciprocidade é o segredo para a longevidade desse tipo de parceria.

Leia também: O que você precisa saber sobre mentoria e mentores?

 

Este artigo foi originalmente publicado em EXAME.com

12 lições que Elon Musk pode te ensinar sobre investimentos

Elon Musk sorrindo
Dublin, Wednesday 31th October 2013: Pictured at the The Web Summit 2013, RDS. Photo by Dan Taylor/Heisenberg Media

Nos últimos três anos, conforme seus negócios rendiam frutos, Elon Musk deixou de ser visto como um bilionário excêntrico para se tornar modelo de bons investimentos. Dos foguetes espaciais da SpaceX aos carros elétricos da Tesla, o fundador faz movimentos precisos e, frequentemente, fora do senso comum. Sua originalidade rendeu fama – hoje, é um dos nomes mais comentados do Vale do Silício, polo empreendedor norteamericano que já exploramos neste outro texto.

Recentemente, por exemplo, Musk autorizou a compra da empresa de energia solar ‘Solar City’ (da qual já era acionista majoritário) pela Tesla, sua companhia de carros elétricos. Sempre direto, Musk definiu a aquisição como “óbvia”. Mas ninguém entendeu direito, ele não fez questão de explicar e as ações da fabricante despencaram – afinal, o que luz solar tem a ver com carros elétricos, ainda mais numa empresa que passa por um momento delicado de crescimento?

Depois de pensar um pouco, alguns analistas agora apostam numa fusão de médio a longo prazo que transforme a Tesla numa gigante do setor energético como um todo (ela já fabrica as próprias baterias e caixas de armazenamento).

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Ciente das desconfianças do mercado, o empreendedor está em vias de divulgar publicamente o que ele chama de “plano mestre” para a Tesla ainda essa semana. “Concluindo o plano enquanto escuto a trilha sonora de ‘Gatsby’. Parece apropriado”, twittou hoje de manhã. Como “O Grande Gatsby” é um famoso romance de excessos e riqueza – e a trilha que ele cita vem de uma adaptação cinematográfica ainda mais exagerada de 2013 –, Musk completou: “Não é fácil demonstrar ironia num tweet”.

O plano será mais um passo do jogo de xadrez que só ele vê com clareza. Tal habilidade é um dos motivos que levou Tren Griffin, autor de bestsellers sobre investidores como Charlie Munger e diretor da Microsoft, a elencar algumas das maiores lições de Elon Musk sobre o mundo dos negócios de acordo com aspas do próprio bilionário.

Confira a seguir a tradução e edição realizada pelo portal Na Prática:

1. “Foque em algo que tenha valor alto para outra pessoa e seja muito rigoroso nessa análise, porque a tendência humana natural é ‘wishful thinking’ [ilusões positivas]”

O que é fundamental para um negócio de sucesso é fazer produtos muito, muito bons que as pessoas queiram comprar. Nesse contexto, um ótimo produto significa não apenas algo um pouco melhor que aqueles da competição ou que as pessoas já têm, mas muito melhor.

O exemplo da SpaceX é bastante interessante nesse caso. Tradicionalmente, lançar cargas no espaço tem sido pensado como um negócio que não resulta em um aumento significativo de demanda se o preço cair.

O resultado dessa suposição sobre a elasticidade do preço foi que provedores tradicionais desse serviço decidiram só explorar seus modelos de foguetes não-reutilizáveis, que afundam no mar, e não investir valores significativos para inovar e reduzir preços.

Em resumo, esses provedores tradicionais acreditavam que preços mais baixos não renderiam mais lucros, então mantiveram os preços fixos ou os aumentaram. Essa suposição criou a oportunidade para que Musk inovasse ao relaxar outra suposição – a de que não era possível reutilizar estágios de foguetes.

Elon Musk e Barack Obama
[Elon Musk e Barack Obama / creativecommons]

Musk raciocinou que se Cristovão Colombo e outros exploradores da época tivessem sido forçados a jogar fora seus navios depois de toda viagem, não teriam feito muito.

Ele provou que partes do foguete podem ser reutilizadas e que outras inovações para reduzir preços são possíveis. Musk precisa agora demonstrar que mais lançamentos serão comprados por conta do preço reduzido para poder aumentar seu mercado total.

Leia também: Por que Barack Obama quer trabalhar no Vale do Silício?

Por exemplo, uma queda no preço de US$ 375 milhões para US$ 100 milhões seria significativa. Mas quantos lançamentos mais seriam feitos com esse preço menor? Ninguém sabe ainda.

Podemos esperar que Musk continue inovando também quando se trata de encontrar novas maneiras de aumentar a demanda. A enorme constelação de satélites de comunicação que ele propôs é um exemplo de sua busca por jeitos de criar novas demandas para a SpaceX.

2. “Não tem problema colocar todos os ovos numa cesta, desde que você controle o que acontece com essa cesta”

A palavra chave dessa frase é “controle”. Se você depende dos outros e não tem fornecedores alternativos, os fornecedores podem bloquear seu sucesso.

Por exemplo: se você construir um foguete e precisa comprar seu propulsor de um único fornecedor, então esse fornecedor controla seu destino.

É por isso que Musk prefere fazer tudo que ele precisa ou ter múltiplos fornecedores. Ele não quer comprar componentes de fornecedores tradicionais da indústria, que querem que os preços dos lançamentos se mantenham altos.

3. “[A física é] uma boa estrutura de pensamento. Reduza as coisas às verdades fundamentais e raciocine a partir daí”

Se você não consegue escrever sobre algo, não pensou direito sobre o assunto. É um processo mental de baixo para cima: que fatores realmente governam os interesses envolvidos, racionalmente? Que influências subconscientes estão formando conclusões automáticas que podem ser disfuncionais ou incorretas?

Junte todos os fatos relevantes e então aplique um processo racional para produzir uma análise desses fatos e uma teoria de investimento. Mesmo que você não possa se basear nos princípios da física, pode adotar seu caráter básico.

4. “Começar um negócio não é para todo mundo”

Para Musk, a primeira coisa necessária para quem quer começar um negócio é ter uma tolerância alta à dor. “Um amigo meu diz que começar uma empresa é como comer vidro e encarar um abismo”, disse.

“Geralmente, no começo, há muito otimismo e está tudo ótimo. Então você encontra todo tipo de problema e o nível de felicidade começa a cair, você passa por um mundo de dor e, eventualmente, atinge o sucesso – e na maior parte do tempo, não vai ter sucesso”, continuou. “A Tesla chegou muito perto do fracasso. Se você for bem sucedido, depois de muito tempo, finalmente voltará a ser feliz.”

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Outra dica de Elon Musk é que, seja você o fundador ou o CEO, vai ter que fazer diversas coisas que não quer. “Se não quiser fazer suas tarefas, a empresa não vai ser bem sucedida… Nenhuma tarefa é inferior demais.” Começar um negócio é brutalmente difícil, como ele descreve. Se você gosta de fazer coisas brutalmente difíceis, talvez queira tentar. Se não gosta, não comece. É simples assim.

5. “Busque críticas constantemente”

Uma crítica bem feita de qualquer coisa que você esteja fazendo é tão valiosa quanto ouro e você deveria buscá-la em todos os lugares, especialmente entre amigos.

“Normalmente seus amigos sabem o que está errado, mas não querem te dizer para não te machucar”, disse Elon. “Basicamente, você, o empreendedor, deve se basear na ideia de que está errado e seu objetivo é estar menos errado.”

Ele é direto: as pessoas podem não gostar de mudar, mas é preciso abraçar a mudança se a outra alternativa é o desastre. E para aprender com o sucesso ou o fracasso, você precisa de feedbacks eficazes.

Musk e pessoas como ele têm pele grossa quando se trata críticas e também uma orientação científica. A melhor abordagem é ter “ideias fortes fracamente mantidas”. Alguém com ideias fortes deve conhecer bem seu tema e de todos os lados. Com uma visão firme fracamente mantida, a pessoa pode se adaptar às novas informações e ideias conforme elas surgem.

6. “Trabalhe muito”

A ética de trabalho de Elon Musk é lendária: dizem que ele trabalha 15 horas por dia e dorme seis horas por noite.

“Você precisa trabalhar 80 ou 100 horas por semana, toda semana. Isso aprimora suas chances de sucesso”, resumiu. “Se os outros estão fazendo semanas de 40 horas e você, de 100, então mesmo que estejam todos fazendo a mesma coisa, em quatro meses você conquistará o que eles levarão um ano para fazer.”

7. “Não acho que seja uma boa ideia planejar vender uma empresa”

Musk é um garoto-propaganda do fundador tipo missionário, oposto do tipo mercenário. “Minha motivação em todas as minhas empresas tem sido me envolver com algo que pode ter um impacto significativo no mundo”, disse.

O missionário tem mais chances de conseguir conquistar as tarefas difíceis e passar pelo estresse e obstáculos envolvidos com construir um negócio porque tem a energia necessária.

Às vezes grandes sucessos estão a poucos centímetros do fracasso antes de darem certo. Não é fácil ouvir dos outros que você está errado ou mesmo maluco. E investidores que escolhem missionários ao invés de mercenários não apenas estão fazendo o correto pela sociedade, mas terão mais sucesso financeiro.

Os missionários possuem a qualidade que o analista de riscos e matemático Nassim Taleb descreve bem: “A incrível habilidade de pensar de forma racional em termos de tentativa e erro, sem vergonha de falhar de novo, começar de novo e repetir o fracasso”.

8. “Qualquer produto que precise de um manual está quebrado”

Os jeitos que grandes designers e engenheiros usam para eliminar a necessidade de um manual de instruções é algo lindo de se ver. Algumas pessoas têm uma aptidão natural para esse tipo de trabalho ao entender o que consumidores querem e comprariam.

9. “Se as coisas não estão falhando, você não está inovando o suficiente”

Falhar é uma parte essencial. É como adquirimos as informações necessárias para inovar. Um sistema sem falhas é um sistema sem progresso. O economista Allan Meltzer criou o seguinte aforismo para explicar a ideia: “Capitalismo sem fracasso é como religião sem pecado. Não funciona”.

10. “O mercado é como um maníaco depressivo”

Qualquer pessoa que diz que o mercado é sempre sábio não está prestando atenção. Empreendedores e investidores como Musk sabem ver onde o senso comum está errado e criar ou comprar opções subvalorizadas.

Esses empreendedores estão buscando opcionalidades positivas num ambiente cheio de erros de outras pessoas. Geralmente, quando o mercado está em baixa, é a melhor hora para investir e começar um negócio. Talento está mais disponível se você conseguir encontrar o dinheiro necessário ou tiver captado-o em tempos melhores.

Ao atingir muitos de seus objetivos em anos recentes, Musk teve a boa sorte de estar operando em mercados de capitais favoráveis. Quando a sorte brilha para você, não tome apenas nota – aproveite ao máximo.

11. “Ter um bom coração importa”

O problema aqui, segundo Musk, é que o processo se torna um substituto do pensamento em muitas grandes empresas. “Você é encorajado a se comportar como uma pequena peça de uma máquina complexa. Francamente, isso permite que você mantenha pessoas que não são tão inteligentes ou criativas”, disse.

Ele vai além. “Não acredito em processos. Na verdade, quando entrevisto algum funcionário em potencial e ele ou ela dizem que ‘processo é tudo’, vejo como um mal sinal.”

12. “As pessoas deveriam ser menos avessas a riscos quando não há tanto para arriscar”

“Quando algo é suficientemente importante, você faz mesmo que as chances não estejam a seu favor”, disse Musk.

Seus muitos sucessos são um jeito excelente de explicar que (1) retornos financeiros de venture capital (capital de risco) e de pesquisa & desenvolvimento seguem uma lei e (2) por que a criação de startups que são exemplos de sucesso é possibilitada pelas startups que falharam.

Nassim Taleb escreve que “retornos de pesquisas [e de investimentos do tipo convexo, como venture capital] são do Extremistão: seguem um tipo de lei em termos de distribuição estatística com upsides grandes e quase ilimitados, mas, por conta da opcionalidade, de downside limitado.” 

Em outras palavras, o investimento do tipo convexo trata de apostas que refletem uma distribuição assimétrica de possíveis resultados. Taleb escreve: “Propostas convexas deveriam ser abraçadas – as côncavas, evitadas como a praga”.

O investidor bilionário Sam Zell usa termos ainda mais claros: “Escute, negócios são fáceis. Se você tem uma queda baixa e uma alta grande, tem que investir. Se você tem uma queda grande e uma alta pequena, corra”.

Esse é o motivo pelo qual venture capitalists e empreendedores como Musk e Jeff Bezos estão envolvidos em áreas e tecnologias antes que elas se tornem populares. Quando as multidões chegam em uma determinada área de investimento, um investidor deve invariavelmente pagar a mais por qualquer investimento, a competição se torna muito significativa e os investimentos em potencial deixam de ser investimentos e se tornam um jeito de destruir fortunas.

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Quando você encontrar uma oportunidade financeira do tipo convexa, que tenha um downside pequeno e um upside muito grande, esteja dentro das suas competências e subvalorizada, aposte ALTO. Se a grande aposta convexa for financeira, você só precisa acertar uma vez para se tornar rico, já que é a magnitude do sucesso e não sua frequência que determina a desejabilidade do resultado.

Quando estiver procurando por apostas convexas, o melhor lugar para olhar são áreas com sistemas adaptativos complexos. Investir é uma atividade de probabilidades e áreas em que o resultado financeiro puder ser impactado por Cisnes Negros [eventos ou ocorrências anormais e extremamente difíceis de prever] positivos podem ser oportunidades importantes.

Opções convexas podem ser encontradas em quase todos os lugares se você souber onde procurar, e Musk é alguém que sabe. Descobrir a convexidade fica mais fácil se você quiser fazer coisas incomuns e ousadas. A convexidade é um ‘carro lateral’ para pessoas que pensam grande e diferente.

Por exemplo, ir para Marte é muito importante para Musk. Quando ele e Jeff Bezos começaram suas jornadas para diminuir substancialmente os custos de lançar foguetes usando métodos não convencionais, as apostas eram convexas. Uma aposta similar não seria nem de perto tão convexa agora que eles provaram que suas abordagens são viáveis.

É por isso que venture capitalists e fundadores inevitavelmente têm ambos resultados espetaculares e muitos fracassos. Taleb descreve como o processo funciona: “É através de informação negativa, que reduz o espaço do que fazemos com conhecimento do que não funciona. Para isso, precisamos pagar os resultados negativos”. Se alguém tentar tirar o fracasso do processo, a inovação para.

Você sabe qual é a proposta de valor do seu negócio?

Jovem escrevendo em postit

Segundo Marcus Salusse, coordenador de projetos do GVcenn – Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV , o Canvas de Proposta de Valor é uma ferramenta desenvolvida no mesmo contexto do Canvas de Modelo de Negócios e auxilia na identificação, validação e desenvolvimento dos blocos de Proposta de Valor e Segmento de Clientes.

“Desde a revolução industrial e do surgimento dos meios de produção em massa, há claramente mais produtos e serviços no mercado do que os indivíduos são capazes de consumir. Assim, o que se vê são ofertas que ninguém quer e é exatamente isso que o Canvas de Proposta de Valor busca evitar. Ou seja, a ferramenta auxilia o empreendedor no alinhamento do que a empresa vende às necessidades e problemas reais dos clientes”, conta.

Simone Guimarães Cornelsen, proprietária da Suattí Serviços Consultoria e Projetos e Coordenadora da etapa de Consultoria do Programa 10 Mil Mulheres da FGV, conta que a ferramenta pode ser usada tanto por startups e novos negócios, como por empresas em operação que desejam refletir sobre os caminhos para inovar e se diferenciar da concorrência. “O Canvas de Proposta de Valor é um roteiro para registrar e aperfeiçoar as ideias”, explica.

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O funcionamento A ferramenta funciona de forma simples, mas exige uma compreensão profunda do cliente. Através da análise do dia a dia do seu consumidor, é possível identificar suas dores e seus ganhos, ou seja, o que representa um problema a ser resolvido e que benefícios que ele usufrui. É a partir dessa compreensão que são desenvolvidos potenciais analgésicos para aliviar as dores ou criadores de ganhos, que por sua vez informam se os produtos e serviços estão adequados àquele segmento de clientes.

Assim, o Canvas de Proposta de Valor permite desenvolver produtos e serviços com base em necessidades reais dos clientes, e por isso tem potencial para aumentar de forma significativa a adequação destes, ao invés de atributos e especificações técnicas do produto ou serviço em si.

A estrutura Segundo Marcus, a utilização da ferramenta demanda dedicação e empatia. – Pense em um cliente potencial típico, também chamado persona. “É possível se colocar no papel e pensar como um cliente, mas o ideal é ir além e conversar com pessoas que possuam efetivamente o perfil definido. Isto porque, por mais que o empreendedor seja capaz de se colocar no lugar da persona, certamente terá ideias enviesadas sobre o negócio que o impedirá de compreender de forma mais profunda as reais aflições, perdas e ganhos do cliente.

O aprendizado também será reduzido, tendo em vista que não há potencial fonte de novas informações, mas somente aquelas já existentes na cabeça do empreendedor”, explica.  – Com a definição da persona, descreva as Tarefas do Cliente, ou seja, o que seu cliente busca realizar e as necessidades e problemas existentes para sua execução. São essas as fontes de insights sobre produtos e serviços.

O que está envolvido na realização da tarefa, pelo cliente? Status? Satisfação emocional? Qualidade de vida? Por exemplo, imagine um pai que vai ao supermercado acompanhado de seus dois filhos. Um, ainda bebê de colo, e outro, com 6 anos de idade, provavelmente uma das fases mais inquietas da vida. Então, a tarefa principal desse pai é ir e voltar com os dois filhos de onde quer que precise ir, com segurança, praticidade e conforto. A partir da identificação desta tarefa, podem ser propostas diversas soluções, tanto de produtos como de serviços.

– Em Ganhos, descreva os benefícios esperados pelo cliente. Avalie as questões que podem influenciar, como economia de tempo, status, bem-estar, qualidade de vida? Esses insights permitem focar no que os clientes realmente desejam, deixando aspectos técnicos do seu segmento em segundo plano.

– Em Dores, descreva aspectos negativos associados à experiência do cliente. Emoções negativas, custos não desejados, riscos, frustrações, tudo o que pode impactar  a experiência de consumo. Os produtos e serviços oferecidos devem minimizar as dores e maximizar os ganhos.

– Com Ganhos e Dores identificados, foque no desenvolvimento dos Produtos e Serviços que serão oferecidos no mercado. Estes, por sua vez, devem ser desenvolvidos baseados nas funcionalidades que Aliviam Dores ou Criam Ganhos aos seus clientes.

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4 dicas para a boa utilização da ferramenta

– Classificar os Ganhos e as Dores de acordo com a importância para o cliente, pode auxiliar na utilização eficaz de recursos e mensagens de marketing.

– Lembre-se de que a melhor forma de conhecer seu cliente é ouvindo-o ativamente e de forma empática. Se você desenvolveu seu Canvas de Proposta de Valor sem ouvir diretamente o cliente, valide suas conclusões o mais rápido possível.

– Como toda e qualquer ferramenta, ela precisa ser utilizada com frequência para que você adquira conhecimento e segurança em sua utilização. Materiais on line, cursos e workshops também auxiliam neste processo.

– “Pratique o planejamento através do Canvas, mesmo se não houver clareza sobre a ideia de negócio, pois esta ferramenta ajuda a organizar as informações, antecipar problemas e identificar o que precisa ser melhorado para avançar o processo”, aconselha Simone.

 

Este artigo foi originalmente publicado em DRAFT

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