Desenvolvimento

Rodadas de investimento: como os investidores avaliam o empreendimento antes de apostar?

Quando se fala em abrir uma startup, o primeiro momento é marcado por incertezas quanto ao sucesso do empreendimento. Ao mesmo tempo, a empresa precisa de capital para avançar. Por isso, ela conta com “investidores de risco” (venture capitalists).

Então, a startup promove rodadas de investimento, em que faz a apresentação do seu modelo de negócios – o famoso pitch – e angaria os recursos necessários para se desenvolver. As diferenças entre as rodadas se dão, principalmente, de acordo com o estágio em que o negócio está e a finalidade do capital.

Depois das rodadas de investimento, o próximo passo é vender ações para o público pela primeira vez (IPO, Initial Public Offering, em português “Oferta Pública Inicial” – OPI). Se isso acontece depois de a startup ser avaliada em 1 bilhão de dólares ou mais, ela é considerada um unicórnio.

O que os venture capitalists avaliam antes de investir?

Participando das rodadas, os investidores avaliam diversos aspectos do negócio a fim de decidir se aplicam ou não dinheiro nele. “Fazemos de duas a três rodadas de análise”, diz Ricardo Garcias, membro do comitê de investimentos do Fundação Estudar Alumni Partners (FEAP), fundo de investimento independente da Fundação Estudar, que é gerenciado por um conselho de bolsistas.

A primeira avaliação consiste em uma triagem realizada pelo membro do comitê de investimentos que teve o primeiro contato com a startup. Na segunda e terceira fase, a verificação é aprofundada e conta com alguém que tenha mais conhecimentos sobre o campo, do FEAP ou até um especialista externo.

Leia também: 8 lições sobre empreendedorismo de Eduardo L’Hotellier, CEO do GetNinjas

O objetivo do processo meticuloso? “Verificar, em algumas rodadas de pitch, quais são as [startups] que têm aderência à filosofia do fundo, ao potencial que a gente busca e que tem capacidade de crescimento, de dar retorno”, explica.

Como um fundo focado em companhias em estágio inicial, o comitê de investimentos do FEAP, assim como outros que atuam com o mesmo escopo, aposta primeiro no potencial da equipe. Buscam seus track records, informações sobre formação e feitos anteriores, para detectar o quanto têm de potencial para “girar uma ideia”. Ou, se a ideia não der certo, de fazer funcionar a empresa de outra forma, segundo Ricardo.

Mas isso não é tudo o que os investidores analisam. O comitê do FEAP investiga os seguintes pontos:

  • Modelo de negócio

Qual é o conhecimento do setor dos empreendedores e o quanto pesquisaram.

  • Concorrência

É um mercado competitivo ou não? Se sim, quais os diferenciais da solução proposta. E, se não, o que sustenta a posição a longo prazo.

  • Tamanho de mercado

Qual o tamanho do mercado endereçável e se consegue ter acesso a ele sem gastos exorbitantes no primeiro momento.

Tipos de rodadas de investimento

No mundo dos negócios, as rodadas são chamadas de “series” e a classificação que as acompanha (Seed, A, B, C ou D) tem a ver com o estágio de desenvolvimento da startup.

“As etapas típicas de investimento vão muitas vezes um pouquinho antes do capital semente [da Series Seed]”, diz o investidor. Nessa etapa, o empreendimento está praticamente no zero. “Não tenho nem powerpoint e tem alguém que acredite em mim”, resume ele.

No entanto, geralmente, a rodada inicial é a Series Seed (“Investimento Semente”). “Seed money é um estágio que pode ser desde powerpoint até o momento pós- operacional”, de acordo com Ricardo. No FEAP, esse investimento é realizado até em empresas que já têm clientes e receita. Aqui, a startup utiliza o capital para gastos iniciais. Assim como o nome deixa claro, espera-se que o capital nutra a semente do negócio e o ajude a crescer.

Leia também: 11 livros que inspiram os principais investidores de startups do mundo

A Series A caracteriza uma startup que tem um modelo com tração maior, e algumas vezes a empresa já está até em breakeven [despesas se equivalem à receita], explica o membro do comitê de investimento do FEAP. “Aqui no Brasil normalmente vai até o Series B, hoje com relativa facilidade. Nos Estados Unidos, esses rounds de lançamento de venture capital vão até Series C e D”, conta ele.

Ainda que sejam etapas reconhecidas das rodadas de investimento, Ricardo afirma que os critérios podem variar – “não são gravados em pedra”. Dependem de fatores como time da startup e quão quente está o mercado em questão, por exemplo.

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