Seu currículo é selecionado, você faz uma série de testes, chega à entrevista de emprego e consegue se destacar, mas, em um dado momento, o recrutador olha no fundo dos seus olhos e faz a pergunta mais difícil de todas: qual é a sua pretensão salarial?
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É, não tem jeito. Nessa hora, parece que até os mais experientes se sentem pressionados e tudo parece estar por um triz. Falta repertório, nos sentimos sem dimensão sobre a vaga e percebemos que qualquer deslize pode nos tirar da disputa.
Mas, afinal: por que isso acontece? O que leva os recrutadores a questionarem a pretensão salarial das pessoas e por que é importante ir bem nessa pergunta?
Bom, para resolver esse mistério e sanar todas as dúvidas, o Na Prática conversou com a especialista em recrutamento e seleção Andréa Greco, fundadora da Alcance Assessoria, que explicou os motivos das empresas e nos deu dicas para ir bem nessa hora. Confira.
Não se trata de uma curiosidade ou de um simples teste à toa. Quando as empresas perguntam a nossa pretensão salarial, há uma série de estratégias envolvidas e que estão na mente dos recrutadores.
Segundo Andréa, há uma política de cargos e salários que os recrutadores precisam respeitar para que a contratação de um novo funcionário se enquadre nos parâmetros da empresa. Ela pontua, porém, que isso pode variar de empresa para empresa.
“Uma pretensão salarial fora da realidade pode excluir o candidato”, afirma a especialista.
Outro ponto abordado por Andréa é que uma pergunta delicada como essa, do salário, pode ajudar os recrutadores a analisar as habilidades psicológicas dos candidatos.
“Isso serve para ver se os profissionais têm essas soft skills aderentes à vaga”, diz ela. “Será que ele sabe lidar com pressão, será que ele tem inteligência emocional? Tudo isso é visto para ver se o candidato tem o perfil desejado”
De modo geral, tudo o que temos que dizer aos recrutadores é um simples número, que pode ser melhor compreendido quando temos alguns pontos em mente. Ainda assim, é preciso, sim, chegar preparado para essa pergunta, com uma estimativa realista e coerente, nas entrevistas.
Pensando nisso, Andréa Greco deu as seguintes dicas:
Ao responder à pergunta para os recrutadores, é importante pensar no último salário que você recebeu ou está recebendo. Não faz sentido pedir um salário menor – na maioria das vezes – e também não faz sentido pensar em um salário muito acima do que você ganha. Tente equilibrar essa conta.
Algo que também precisa ficar em mente para os candidatos é a percepção de mercado para cada área de atuação. Pode ser que setores ligados a novas tecnologias paguem mais, por exemplo, em relação a setores mais tradicionais. Mas isso muda de tempos em tempos.
Na entrevista de emprego, é possível até que você tenha uma noção de mercado sobre sua área, mas é preciso ficar sempre atento às mudanças do mercado para de adaptar.
A depender do local em que você vai trabalhar, a pretensão salarial deve e vai ser diferente. Em grandes capitais, por exemplo, o custo de vida é mais alto e, por isso, as empresas acabam pagando mais aos seus funcionários.
Faça uma pesquisa aprofundada sobre a região da vaga e oriente-se nesse sentido para responder aos recrutadores. O site Custo de Vida, que analisa quanto custa para viver em cada cidade brasileira, pode ser uma mão na roda para a análise.
Normalmente, os recrutadores já divulgam as vagas descrevendo o nível de senioridade que esperam dos candidatos. Ainda assim, é preciso ficar sempre atento a esse detalhe, já que a sua experiência é um fato determinante para pensar um possível salário.
Aqui no Na Prática, nos temos um conteúdo dedicado a explicar exatamente isso: os níveis de senioridade e como cada um deles é pensado nas empresas. Pode ser útil para que você avalie em que momento da carreira você está.
Apesar de ser difícil analisar todos os aspectos listados neste artigo, vale ressaltar que é muito importante considerar cada um deles na hora de pensar uma pretensão salarial.
Todavia, existe uma ferramenta que Andréa Greco considera muito útil para essa missão. Trata-se do Glassdoor, uma plataforma em que profissionais podem registrar seus salários e cargos em diferentes empresas.
Por lá, é possível ter uma noção do quanto cada empresa paga em cada região e para cada tipo de profissional. Pode ser muito útil atrelar os dados do Glassdoor à sua pesquisa.
Em casos onde a empresa pede para que você envie a pretensão salarial no currículo, siga as mesmas dicas. É importante dizer, porém, que você não deve enviar a pretensão salarial quando a empresa não pede por isso. O ato, ainda que bem intencionado, pode ser interpretado de forma errada pela empresa.
Portanto, só coloque a pretensão salarial no currículo quando a empresa pedir por isso.
De fato, é difícil determinar uma pretensão salarial para o primeiro emprego das nossas vidas. Ainda assim, vale a pena conversar com amigos que já estão empregados, fazer o caminho de pesquisa em sites especializados e fazer os mesmos questionamentos listados aqui.
De qualquer maneira, não se desespere! É seu primeiro emprego e está tudo bem errar e não entender muito bem como o mercado funciona. Leve sua pretensão salarial para a pessoa que está te selecionando e se mostre aberto à possibilidade de negociar – sempre valorizando o seu trabalho!
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