Criado em 1970, o programa Voluntários das Nações Unidas (UNV, na sigla em inglês) é um braço do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e tem como objetivo contribuir para a paz e para o desenvolvimento através do trabalho voluntário em mais de 140 países.
Com sua rede de organizações espalhada pelo mundo, o UNV oferece uma plataforma aberta em que qualquer interessado pode se cadastrar. Uma vez integrado à base de dados, o candidato pode ser contatado caso a ONU ou um de seus parceiros precise de alguém com suas habilidades.
“Trabalhamos com mais de 60 mil voluntários em campo, presentes em diferentes países, principalmente os em desenvolvimento, trabalhando em projetos de serviços básicos sociais, como saúde e educação, mas também na redução de risco de desastres e fortalecimento comunitário”, disse Amanda Mukwashi, chefe do setor de conhecimento sobre voluntariado e inovação, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.
Em uma pesquisa rápida, é possível encontrar testemunhos de voluntários que lutam contra a violência contra a mulher no Vietnã e engenheiras que estão reconstruindo casas na Faixa de Gaza, por exemplo.
Atravessar fronteiras, no entanto, não é mandatório. Estima-se que 30% da força voluntária do UNV atue dentro de seu próprio país. No Brasil, onde o programa atua desde 1998, as vagas para brasileiros são anunciadas diretamente pelo site do PNUD.
Voluntariado online na UNV
Uma das divisões do UNV é o onlinevolunteering.org, onde é possível se engajar com trabalho voluntário de forma remota. Entre as opções estão tradução de materiais, pesquisa, design, desenvolvimento de TI, consultoria e coaching, entre outras. Para participar, o usuário faz um cadastro e lista suas habilidades.
Em seguida, já pode pesquisar as vagas disponíveis, oferecer seus serviços e esperar um contato.
Também é possível ter um impacto à distância em momentos de crise, como na epidemia de ebola. “Tinhamos tanto voluntários em campo, que trabalharam com as comunidades para prevenir a doença, quanto voluntários online, que ajudaram a mapear os incidentes”, lembrou Amanda.
Bolsas para voluntários
No Brasil, há ainda a possibilidade de concorrer à Bolsa Sergio Vieira de Mello, uma homenagem ao famoso diplomata brasileiro morto num atentado em 2003. Atualmente sem previsão de data para sua próxima edição, é uma iniciativa conjunta do Ministério de Relações Exteriores e da ONU para atrair mais brasileiros ao trabalho voluntário.
As primeiras bolsas, com contratos de 12 meses, foram oferecidas em 2014 a jovens interessados em trabalhar com gestão de infraestrutura rural no Haiti e com políticas de segurança alimentar no Paquistão.
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Trabalho voluntário no currículo
O voluntariado tem lugar merecido no currículo e é uma boa ideia especialmente para jovens em início de carreira, que ainda não têm tanta experiência profissional. (Lembre-se: não é preciso ter um salário envolvido para que a experiência vá parar no currículo!)
Na seção “outras atividades”, você pode incluir vivências formativas diversas, como seu trabalho voluntário. Descreva-a de maneira sucinta, apresentando o nome da ONG, o período da experiência e uma ou duas frases que descrevem sua contribuição. Se tiver números para destacar no texto, como pessoas impactadas ou dinheiro arrecadado, melhor ainda.
Recrutadores se interessam por esse tipo de informação porque querem conhecer melhor os candidatos, suas motivações e como usam seu tempo. Ao trabalhar com causas que te interessam, você não só ajuda os outros como pode se destacar em um processo seletivo.
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Para quem está em dúvida sobre quais são os benefícios do trabalho voluntário, a cofundadora da agência Volunteer Vacations Mariana Serra, que já contou sua história ao Na Prática, tem a resposta na ponta da língua: “É uma via de mão dupla: você dá e recebe em troca”.
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“Em campo, você sai da sua zona de conforto. É puxado a ir além, a pensar rápido, trazer soluções em um cenário adverso, a trabalhar melhor em grupo”, explica. “A experiência traz uma transformação que você leva também para o âmbito profissional.”