Ana Moraes
Publicado em 29 de setembro de 2025 às 19:26h.
Os processos seletivos estão cada vez mais sofisticados, principalmente em empresas de grande porte, consultorias estratégicas, startups em expansão e multinacionais. Além de entrevistas tradicionais, muitas organizações passaram a utilizar cases em processos seletivos como ferramenta de avaliação.
Essa metodologia vai além de analisar o currículo: ela testa a capacidade analítica, a clareza na comunicação, a lógica de raciocínio e até a postura do candidato diante de problemas reais de negócio.
Saber como preparar um case para entrevista pode ser o grande diferencial entre ser eliminado ou conquistar a vaga. Afinal, essa etapa exige não só conhecimento técnico, mas também organização, criatividade e segurança na apresentação.
Neste guia completo, você vai entender:
O que é um case em processo seletivo.
Como estruturar a resolução de um case.
Técnicas e frameworks que ajudam na análise.
Dicas práticas para se destacar na apresentação.
Exemplos comuns de cases usados em entrevistas.
Se você está em busca de uma vaga corporativa, prestes a se formar ou passando por uma transição de carreira, este conteúdo vai te preparar para enfrentar essa etapa com confiança.
Leia também: 5 modelos de pitch prontos para diferentes situações: networking, entrevistas e feiras de carreira
Um case em processo seletivo é uma situação-problema, real ou fictícia, apresentada ao candidato para avaliar sua forma de pensar, analisar informações e propor soluções. Diferente de uma entrevista tradicional, em que o foco está no histórico profissional, o case coloca o candidato em uma posição ativa de resolução.
Os principais objetivos são:
Avaliar a capacidade analítica do candidato.
Entender como ele organiza estratégias de resolução de problemas.
Medir o nível de criatividade e inovação nas propostas.
Observar a clareza na comunicação e a capacidade de persuasão.
Testar a gestão de tempo e tomada de decisão sob pressão.
Os cases podem variar bastante de acordo com a área de atuação da empresa, mas alguns formatos são mais recorrentes:
Case de mercado: analisar expansão para novos países, lançamento de produtos ou aumento de participação de mercado.
Case financeiro: avaliar redução de custos, precificação, margem de lucro ou viabilidade de investimento.
Case operacional: propor melhorias em processos internos, logística ou cadeia de suprimentos.
Case de recursos humanos: desenvolver estratégias para retenção de talentos ou gestão de equipes.
Case de marketing: sugerir campanhas, reposicionamento de marca ou estratégias digitais.
Case de tecnologia: propor soluções inovadoras usando ferramentas digitais ou transformação digital.
Cada empresa apresente o case de forma diferente, a estrutura de resolução segue alguns passos fundamentais:
O primeiro passo é compreender o cenário. Leia ou escute atentamente o enunciado do case, identifique os elementos centrais e determine qual é o problema principal que deve ser resolvido.
Pergunte-se:
Qual é a questão central a ser solucionada?
Quais informações já estão disponíveis?
Quais dados precisam ser inferidos ou estimados?
Depois de identificar o problema, divida-o em partes menores. Isso ajuda a organizar o raciocínio e evita que você se perca em informações secundárias.
Por exemplo: se o case pede para aumentar as vendas de uma empresa, é possível dividir a análise em:
Produto.
Público-alvo.
Concorrência.
Canais de distribuição.
Comunicação e marketing.
Após analisar o problema, é hora de propor soluções. O diferencial não está apenas em sugerir ideias, mas em justificá-las com lógica e dados. Quanto mais fundamentada for sua resposta, mais convincente será.
No fim, a maioria dos cases exige uma apresentação oral ou escrita. Essa etapa mede não só o conteúdo da sua solução, mas também sua capacidade de transmitir informações de forma clara, objetiva e estruturada.
A melhor forma de se preparar é praticar.
Pesquise exemplos de cases para entrevista em sites especializados, livros de consultoria ou vídeos no YouTube. Simule a resolução em tempo cronometrado e treine apresentações curtas para ganhar fluência.
Cada empresa valoriza diferentes competências. Uma consultoria estratégica pode priorizar lógica e estrutura; já uma startup pode valorizar criatividade e inovação. Estude a cultura organizacional e adapte seu estilo de resposta ao que a empresa busca.
Frameworks são modelos de raciocínio que ajudam a estruturar respostas. Alguns dos mais usados em cases são:
Matriz SWOT (Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças).
As Cinco Forças de Porter.
Análise PESTEL (Político, Econômico, Social, Tecnológico, Ecológico, Legal).
Pirâmide de lucratividade (receitas vs. custos).
4Ps do Marketing (Produto, Preço, Praça, Promoção).
Saber aplicar esses frameworks de forma prática aumenta a clareza da sua resposta e demonstra conhecimento estratégico.
Um dos grandes objetivos do estudo de caso entrevista emprego é avaliar o raciocínio lógico do candidato.
Para treinar, faça exercícios de estimativas rápidas (“quantas garrafas de água são vendidas em São Paulo por ano?”), leia relatórios de mercado e acompanhe tendências de negócios.
Evite jargões complexos ou frases longas demais, nas quais fica fácil de se perder.
O avaliador precisa entender sua linha de raciocínio de um jeito simples. Use frases diretas, organize suas ideias em tópicos e mantenha a fluidez da apresentação.
Sempre que possível, utilize números ou referências reais. Por exemplo: “o mercado de e-commerce no Brasil cresce cerca de 10% ao ano, o que reforça a viabilidade da proposta de expansão digital”.
Um dos erros mais comuns é gastar muito tempo em detalhes secundários. Estabeleça prioridades e organize sua fala para respeitar o tempo disponível. Além disso, esteja preparado para responder perguntas dos avaliadores com calma e segurança.
Alguns exemplos já apareceram em processos seletivos de grandes corporações:
Consultoria estratégica: “Um cliente do setor de telecomunicações perdeu participação de mercado. O que fazer para recuperar competitividade?”
Empresa de bens de consumo: “Uma marca de refrigerante quer aumentar suas vendas em 20% no próximo ano. Quais estratégias podem ser aplicadas?”
Exemplo prático para treino:
Problema: Uma startup de delivery de farmácia tem custos operacionais altos e reclamações de atrasos.
Análise: custos de logística, número de parceiros, áreas de atuação, tecnologia utilizada.
Solução possível: otimizar rotas com inteligência artificial, ampliar parcerias locais e criar indicadores de desempenho para monitorar prazos.
Participar de um case em processo seletivo é um desafio que exige preparo técnico, capacidade de análise e confiança na apresentação. Mais do que acertar “a resposta certa”, o que os avaliadores buscam é entender como você raciocina diante de problemas complexos.
Portanto:
Pratique com exemplos de cases reais e fictícios.
Utilize frameworks para estruturar melhor as análises.
Trabalhe sua comunicação para apresentar soluções de forma clara.
Estude o perfil da empresa e adapte sua abordagem.
Com preparação direcionada, você terá não apenas mais chances de sucesso no processo seletivo, mas também desenvolverá habilidades que serão úteis em toda a sua carreira.
Um case é um estudo de caso ou situação real (ou simulada) proposta pela empresa para avaliar a capacidade analítica, tomada de decisão e habilidades do candidato para resolver problemas do negócio.
Pesquise sobre a empresa, entenda o setor e contexto do case, pratique com exemplos de cases anteriores, aprenda frameworks de análise e treine a apresentação clara e objetiva das soluções.
Cases técnicos que avaliam conhecimentos específicos, cases situacionais que simulam desafios do dia a dia e cases comportamentais focados em atitudes e valores.
Modelos como SWOT, 5 Forças de Porter, Análise de Mercado, Matriz BCG, entre outros, são usados para organizar a análise de forma estruturada e completa.
O tempo varia, mas costuma ser entre 30 minutos a algumas horas, dependendo do formato — individual ou em grupo, presencial ou remoto.
Sim. Utilizar dados concretos e justificar suas decisões com percepções quantitativas e qualitativas mostra profundidade e embasamento no raciocínio.
Avaliam raciocínio lógico, capacidade de análise, criatividade nas soluções, comunicação, trabalho em equipe (se em grupo) e alinhamento com o perfil da vaga.
Sim. Fazer perguntas para esclarecer pontos demonstra interesse, capacidade crítica e assegura que suas soluções são alinhadas à expectativa da empresa.
Apresente com clareza, controle o tempo, use recursos visuais se permitido, responda perguntas com segurança e demonstre confiança e domínio do assunto.