Liderança

Liderar em meio à crise: conduzir o barco X gerenciar respostas

A pandemia do coronavírus gerou uma crise com impactos em diversos setores. Algumas empresas conseguirão sobreviver a esse cenário, enquanto outras podem encontrar seu fim. Como os executivos decidem liderar em meio à crise e quais ações paliativas serão implementadas na corporação terão um grande impacto no destino das empresas.

Momentos de crise exigem uma liderança efetiva, que vai muito além de atender as necessidades emergenciais, fazer escolhas rápidas e realocar recursos. Para liderar em meio à crise, os tomadores de decisão precisam olhar para o longo prazo, prever os próximos obstáculos e orientar os colaboradores para o melhor resultado possível, dentro das limitações do momento.

Como liderar em meio à crise

Eric McNulty e Leonard Marcus, fundadores da Iniciativa Nacional de Preparação em Liderança da Universidade de Harvard, analisam que em momentos de crise os executivos costumam se sair bem no gerenciamento mas deixar a desejar na liderança. Em artigo da Harvard Business Review, a dupla aponta que os melhores líderes se preocupam em salvar vidas, inspirar comunidades e fortalecer as corporações.

Contudo, eles ressaltam que algumas armadilhas podem levar a erros quando se trata de liderar em meio à crise. Confira abaixo dicas de como evitar atitudes que podem conduzir as lideranças a possíveis falhas:

Não tenha uma visão limitada

Diante de uma ameaça, o cérebro humano está programado para limitar seu foco, como mecanismo de autoproteção. Quando isso acontece, o campo de visão fica restrito a processar apenas o que está imediatamente na frente do indivíduo. Com isso, se torna mais difícil analisar outras possibilidades e fatores implícitos na situação.

Para liderar em meio à crise, os líderes precisam dar um passo para trás de forma consciente e buscar ampliar a mente para enxergar nuances além das questões mais imediatistas. A dupla nomeou essa atitude de meta-liderança, que consiste em adotar uma visão ampla e holística dos desafios e oportunidades relacionados ao cenário enfrentado. Essa visão ajuda a promover um gerenciamento de crise bem direcionado.

Leia também: Coronavírus e inteligência emocional: como grandes líderes estão lidando com a pandemia

Para facilitar esse processo, os pesquisadores recomendam usar um mapa de conectividade. Eles explicam que o mapa é uma representação visual das diversas situações que se desenrolam ao redor da crise. Tendo uma visão mais clara das variáveis, a liderança consegue definir quais são as prioridades e, a partir disso, traçar um plano de ação.

Não se deixe seduzir pelo gerenciamento

Saber gerenciar é uma habilidade muito valorizada no ambiente corporativo, mas McNulty e Marcus ressaltam que, durante uma crise, ativar o modo ‘gerenciador’ pode ser uma armadilha. Isso porque pode levar os líderes de volta à sua zona de conforto operacional. A dupla acredita que liderar em meio à crise exige uma visão de longo prazo, ao invés de gerenciar o presente.

Os líderes precisam antecipar possíveis mudanças, delegar, confiar em seus colaboradores, tomar decisões difíceis, oferecer suporte e orientação, resistindo à tentação de assumir o controle. Quando as empresas possuem processos pré-estabelecidos de controle operacional, saúde, segurança, proteção e meio ambiente, os líderes podem focar nas ações necessárias para emergir da crise, ao invés de micro gerenciar respostas e interromper o ritmo operacional.

Não centralize demais a resposta

Um dos grandes desafios de liderar em meio à crise é evitar tentar controlar tudo. Em vez de buscar o controle, os pesquisadores recomendam estabelecer ordem, deixando claro para todos o que é esperado deles e o que eles podem esperar dos outros. Parte importante desse processo é saber delegar, estabelecendo valores e princípios orientadores claros.

Não se esqueça dos fatores humanos

Como citado no começo da matéria, as crises afetam diversos setores, principalmente as pessoas envolvidas neles. Mas muitas vezes as lideranças ficam focadas em questões econômicas, ações, receita e custos. Apesar de ser importante olhar para isso, esses fatores são o resultado do esforço combinado de um grupo de pessoas. Quando se trata de pessoas, liderar em meio à crise envolve reforçar a missão e o propósito da empresa, além de buscar e reconhecer a contribuição de todos.

Os pesquisadores concluem afirmando que os líderes que são mais eficazes em crises conseguem balancear a liderança, garantindo que uma pessoa esteja gerenciando bem o presente e para que eles concentrem sua atenção em liderar além da crise em direção a um futuro mais promissor.

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