Um fornecedor lhe oferece suborno. Um chefe pede mudanças numa planilha de resultados para atingir suas metas e garantir o bônus. Alguém sugere pegar para si um celular antigo da empresa sem autorização. O que você faz nessas situações? Questionamentos desse tipo são feitos num teste chamado Potencial de Integridade Resiliente (PIR), que funciona como um simulador de dilemas éticos profissionais e está em alta entre as empresas brasileiras.

O PIR é empregado por companhias de diversos setores, do varejo ao mercado financeiro, que buscam identificar desvios de comportamento e falta de alinhamento com valores corporativos, seja na hora de selecionar ou promover alguém.

Estruturado com questões em texto e em vídeo que podem ser customizadas de acordo com o nível e as atividades do avaliado, o teste diagnostica pontos de atenção e traz sugestões de desenvolvimento para fortalecer pontos vulneráveis.

“As organizações precisam buscar meios para analisarem não apenas capacidade técnica e intelectual, mas também a capacidade de discernimento, e mais, a capacidade de resistência a pressões situacionais diante de dilemas éticos”, explica Renato Almeida dos Santos, sócio da S2 Consultoria, que desenvolveu a avaliação.

Na Endeavor, que utiliza a avaliação desde 2014, o PIR aparece na fase final da concorrida seleção de novos empreendedores da rede. “Para nós, ‘fazer do jeito certo e sem atalhos’ é a única maneira possível. O PIR nos ajuda a ter mais confiança de que estamos selecionando os empreendedores certos”, explica Luiz Guilherme Manzano, diretor de apoio a empreendedores da organização no Brasil.

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“Além disso, nos ajuda a educar desvios leves de conduta dos empreendedores, conscientizando-os sobre desafios éticos atuais e educando-os sobre como melhor agir ao confrontar dilemas.”

Integridade e negócios no Brasil

De acordo com Santos, a demanda pelo PIR subiu nos últimos anos, na esteira da operação Lava Jato, conforme o preço a pagar pela falta de ética e integridade na condução de negócios se tornou mais claro. “As organizações perceberam que a falta de integridade corporativa gera, além de perdas financeiras, impacto na sua imagem, o que pode ser muito difícil de ser revertido ou mesmo tratado”, afirma.

Luiz Guilherme Manzano e Renato Santos
[Luiz Guilherme Manzano e Renato Santos / Divulgação]

Um dos objetivos do teste, continua ele, é justamente atuar de maneira preventiva: ao expôr o participante a situações de conflito simuladas e explicar o que suas decisões significam naquele contexto, ele estará mais preparado para agir corretamente se uma situação real aparecer.

“Temos a máxima de que, no mundo dos negócios, ‘aqui se faz, aqui se paga’”, diz Manzano, que também vê uma preocupação maior com o tema no país. “Não vale a pena pegar atalhos porque uma hora a conta chega – e custa muito caro, em todos os sentidos.”

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