Entrar na universidade é, para muitos, o primeiro contato com decisões financeiras de verdade: pagar aluguel, administrar a mesada ou bolsa, controlar gastos no cartão. Mas a maioria dos estudantes chega a esse momento com pouca ou nenhuma preparação para lidar com o próprio dinheiro.
Uma pesquisa feita pela Fundação Getulio Vargas mostrou que universitários brasileiros têm níveis insatisfatórios de alfabetização financeira. O estudo revela que fatores como renda familiar, escolaridade dos pais e quantidade de disciplinas de finanças cursadas influenciam diretamente no conhecimento que o aluno tem sobre o assunto. E o resultado é preocupante: muitos não entendem nem conceitos básicos, como juros compostos ou inflação.
Mas esse cenário está longe de ser só brasileiro. Segundo a MIT Sloan Management Review Brasil, finanças significam muito mais do que “guardar dinheiro” — envolvem a gestão dos recursos para atingir objetivos pessoais ou empresariais, o planejamento de longo prazo e a tomada de decisões conscientes em um ambiente econômico cada vez mais digital e complexo.
A boa notícia? Você pode mudar esse quadro agora, aprendendo o básico sobre o assunto que vai guiar sua vida financeira — e até a sua carreira.
Aqui estão os 10 conceitos básicos de finanças que todo universitário deveria dominar.
1. Orçamento pessoal
É o mapa do seu dinheiro. Um orçamento registra todas as entradas (bolsa, salário, mesada) e saídas (moradia, transporte, alimentação). A partir dele, você enxerga para onde o dinheiro vai e pode planejar cortes ou reservas. Ferramentas como o Organizze ou planilhas gratuitas do Sebrae ajudam nesse controle.
2. Reserva de emergência
É seu “colete salva-vidas” financeiro. Deve cobrir pelo menos 3 a 6 meses dos seus gastos fixos e ficar em um investimento seguro e com liquidez diária. Assim, você evita recorrer a empréstimos caros em imprevistos, como problemas de saúde ou perda de renda.
3. Juros compostos
São os “juros sobre juros”. Eles podem multiplicar seu patrimônio quando investidos, mas também podem transformar uma dívida pequena em uma bola de neve. Entender como funcionam é essencial para escolher investimentos e evitar endividamento.
4. Inflação
Na prática, a inflação é a perda de poder de compra ao longo do tempo. Se a inflação é maior que o rendimento do seu dinheiro, você está ficando mais pobre mesmo sem gastar. Por isso, deixar tudo na poupança nem sempre é boa ideia.
5. Taxa Selic
A Selic a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela influencia o custo de empréstimos e a rentabilidade de investimentos em renda fixa. Quando a Selic sobe, investimentos como Tesouro Selic e CDBs tendem a render mais.
6. Renda fixa
Investimentos com retorno previsível, como Tesouro Direto, CDBs e LCI/LCA. São indicados para quem busca segurança e estabilidade, como na construção de uma reserva de emergência.
7. Renda variável
Aqui entram ações, fundos imobiliários e criptomoedas. Os retornos dependem do mercado, podendo ser maiores — ou menores — que na renda fixa. Ideal para objetivos de médio e longo prazo e para quem tolera mais risco.
8. Score de crédito
Sua “reputação” como pagador. Bancos e empresas usam essa pontuação para decidir se concedem empréstimos e qual taxa cobrar. Pagar contas em dia e evitar dívidas em atraso ajuda a manter o score alto. Você pode consultar seu score em órgãos como o Serasa, por exemplo.
9. Diversificação
É distribuir seu dinheiro entre diferentes tipos de investimento, reduzindo riscos. Assim, se um ativo cair, outro pode compensar a perda.
10. Educação financeira contínua
Segundo o estudo da FGV, estudantes com mais disciplinas de finanças apresentam melhor desempenho em testes de conhecimento.
Isso reforça que aprender sobre o assunto é um processo constante — seja lendo artigos especializados, participando de workshops universitários ou acompanhando tendências como Open Finance e moedas digitais, citadas pela MIT Sloan.
Por que esses conceitos financeiros importam
Com finanças organizadas, sobra energia (e dinheiro) para se dedicar aos estudos, fazer intercâmbios ou iniciar projetos próprios. Como lembra a MIT Sloan, entender e aplicar conceitos financeiros não é só uma habilidade técnica, mas uma ferramenta de liberdade e tomada de decisão no mundo atual.
Se quiser se aprofundar, o site Opportunity Maker tem guias práticos, e a MIT Sloan Review Brasil publica análises de tendências para o setor.
Comece agora seu planejamento financeiro
Você pode começar a organizar seus gastos e ganhos de uma forma bem simples:
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Registre todos os gastos desta semana (pode ser em planilhas ou em programas como o Notion).
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Abra uma conta de investimento e comece a fazer sua reserva de emergência. Tente depositar um valor fixo por mês, de acordo com sua realidade.
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Leia um artigo ou faça um curso rápido sobre finanças, como os oferecidos gratuitamente pela FGV.
Pense no seu futuro depois da universidade
Seu planejamento financeiro é um passo importante para garantir seu futuro pessoal e profissional. Outra atitude que pode te abrir portas para crescer é participar do Prêmio Na Prática: Protagonismo Universitário. O prêmio vai oferecer uma viagem para a China com tudo pago para cada vencedor – vão ser cinco, um por região do Brasil.
Além disso, você vai ganhar destaque na imprensa nacional e um curso de liderança exclusivo do Na prática (presencial, com todas as despesas pagas).