Se você está de olho nos noticiários econômicos atualmente, provavelmente já se deparou com o termo circuit breaker. A expressão em inglês diz respeito a um instrumento acionado durante momentos atípicos do mercado, como a atual crise derivada da disseminação do coronavírus (Covid-19), a fim de promover certo rebalanceamento na bolsa de valores.

Hoje, no entanto, mais atípico ainda é a frequência com que o circuit breaker vem sendo acionado. A bolsa de valores brasileira, B3, promoveu quatro circuit breakers em uma semana, dois em um mesmo dia. Para referência, a última vez que o mecanismo foi utilizado duas vezes em um dia foi durante a crise financeira de 2008, que teve recorde de cinco circuit breakers em um mês, número batido, neste ano, em um período de apenas 10 dias.

Para Rogério de Deus Oliveira, sócio na Constância Investimentos e membro da rede Líderes Estudar, é importante entender sobre essa crise e seus efeitos exatamente por conta da sua excepcionalidade. “É a maior crise de todos os tempos, a mais aguda.”

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O que é circuit breaker

Circuit breaker é um procedimento operacional de segurança da B3, que interrompe a negociação de ativos. É uma ferramenta utilizada quando ocorrem quedas muito grandes (e muito atípicas) nos preços das ações, como o que acontece hoje em decorrência da pandemia do coronavírus e do novo embate acerca dos preços do petróleo (travada entre os dois grandes produtores Arábia Saudita e Rússia).

Um dos efeitos que tal contexto promove é um aumento de incerteza por parte do mercado, o que contribui para a oscilação do Ibovespa, principal índice de desempenho das cotações das ações no país. “O mercado não gosta de incertezas, de não saber quem está quebrado, quem não está”, afirma Oliveira.

O que se espera com a interrupção, o circuit breaker, é que haja um balanceamento entre a compra e a venda de ativos, de forma a amortecer – pelo menos, um pouco – a oscilação anormal. Algo metaforicamente similar ao que faz um disjuntor: proteger instalações elétricas depois de uma sobrecarga. De acordo com Oliveira, o dispositivo não impede a queda dos preços das ações, mas ajuda “o mercado a respirar e processar informações que fizeram com que caíssem em uma medida desproporcional para dias normais”.

Para o sócio da Constância Investimentos, o dispositivo é benéfico. “Estamos em um mundo em que muitas estratégias e a disseminação de informações são muito rápidos”, destaca. “Os operadores não têm tempo de processar detalhes de informações e, muitas vezes, as vendas acontecem ou por gatilhos de programação ou porque o operador foi obrigado a zerar certas posições. É saudável para o volume grande de informações negativas ser processado”, pontua

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Estágios do acionamento

Segundo a bolsa de valores brasileira, o procedimento é realizado obedecendo percentuais de desvalorização do Ibovespa em três níveis distintos:

  • Estágio I: queda de 10% (em relação ao valor de fechamento do Ibovespa do dia anterior) – interrupção de 30 minutos;
  • Estágio II: queda de 15% – interrupção de 60 minutos;
  • Estágio III: queda de 20% – suspensão da negociação por período definido pela B3.

Histórico

Momentos anteriores em que o dispositivo foi acionado pela bolsa de valores brasileira:

  • 1997 – durante crise asiática
  • 1998 – durante crise na Rússia
  • 1999 – durante período de câmbio flutuante
  • 2008 – durante crise nos EUA
  • 2017 – em meio ao escândalo de corrupção envolvendo a empresa JBS no Brasil

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