Jovens estudantes em mesa de estudos em escola

Os processos de ensino-aprendizagem vêm demandando grandes mudanças nos últimos anos. Desafios importantes da área da educação têm sido conseguir engajar os estudantes em processos educacionais de qualidade, de forma a garantir que desenvolvam as chamadas competências do século XXI – uma série de habilidades como saber escutar, analisar, executar, cooperar e comunicar, que convergem para a capacidade de aplicar conhecimentos à resolução de novas situações-problemas e, além disso, são importantes para que cada pessoa desenvolva autonomia para definir seus projetos de vida.

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Na busca por atingir esses desafios, recentemente têm sido adotados novos princípios, metodologias e ferramentas nos processos de educação. A jornalista Tatiana Klix, editora do portal Porvir, dedicado a divulgar estudos e iniciativas inovadoras no campo educacional, traçou um panorama dessas tendências. Abaixo, um resumo dos principais tópicos abordados:

Personalização

Há pessoas que aprendem mais facilmente lendo. Outras, assistindo a vídeos. Algumas, em grupo; as demais, sozinhas. Há quem tenha mais facilidade e gosto por Português; e há quem se incline mais à Matemática. Todos aprendem com base em seus conhecimentos prévios, interesses, habilidades e emoções específicos. Portanto, cada um desenvolve conhecimentos à sua maneira e ao seu ritmo. É com base nessa premissa que Tatiana afirma: os processos de ensino tradicionais falham ao oferecer o mesmo caminho de aprendizagem para todos. “A gente já personalizou inúmeros processos na nossa vida – o Netflix, o Facebook, etc. A educação não pode mais insistir num caminho único”, comenta. O processo de personalização tem sido valorizado também para as avaliações, conforme se lê no tópico seguinte.

Ensino híbrido

Estudos recentes vêm apontando que uma maneira de se promover um ensino mais personalizado e eficiente é combinar os aprendizados online e offline, unindo os benefícios dos métodos tradicionais de ensino com os da utilização de ferramentas tecnológicas educacionais. No ensino tradicional, valoriza-se a interação presencial entre professor, aluno e colegas. Já os recursos digitais – como games, vídeo-aulas e outras ferramentas reunidas em plataformas de ensino adaptativo – permitem que o aluno avance no aprendizado conforme seu ritmo próprio e suas necessidades individuais, uma vez que essas plataformas inteligentes propõem atividades a partir das respostas de cada aluno às tarefas que realizou anteriormente.

Dessa forma, o professor também se beneficia, pois tem retornos individualizados sobre o aprendizado de seus alunos, sabendo exatamente em que tópico precisa oferecer mais ajuda no caso de cada estudante. A esse respeito, Tatiana pondera: “Quando o professor aplica a mesma prova para todo mundo, avalia uma parte dos conhecimentos que foram trabalhados na sala de aula. Em tese, quem tira 10 aprendeu tudo sobre aqueles assuntos. Quem tira zero, não aprendeu nada. E quem tira 7? Deixou de aprender várias coisas e vai passar de ano sem continuar sabendo. Quando o professor usa as plataformas adaptativas, como Geekie, Khan Academy ou Escola Digital, tem acesso a uma avaliação mais completa, feita de forma personalizada e contínua, permitindo ao professor intervenções mais precisas”.

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Experimentação

Não é à toa que as aulas expositivas têm estado em tão baixa conta com os estudantes atualmente. Pesquisas têm apontado que “fazer” é melhor que simplesmente “ouvir”, quando o que está em jogo é desenvolver aprendizados de forma profunda. É por isso que tem ganhado força nas escolas a chamada educação baseada em projetos, em que os estudantes se envolvem com tarefas e desafios com o objetivo de propor soluções para determinados problemas. No processo, eles precisam identificar os temas necessários de se estudar, em geral de modo interdisciplinar, e depois apresentam o resultado de suas pesquisas e realizações para professores e colegas. Sempre podendo contar com a orientação dos docentes. Durante os processos de pesquisa, planejamento, execução e apresentação, conteúdos específicos, além de habilidades como raciocínio lógico, confiança, criatividade, pensamento crítico e abertura ao feedback são aprendidas.

No escopo da experimentação, têm sido úteis os “espaços makers”, como são chamados laboratórios de realização rápida, com recursos como impressora 3D, peças de materiais eletrônicos reciclados, Legos e toda a sorte de materiais que permitem colocar em prática os projetos planejados pelos estudantes.

Big Data

Assim como as empresas usam um grande volume de dados para melhorar suas vendas e os governos o fazem para planejar suas políticas públicas, os professores e demais profissionais da educação podem se valer da análise de informações objetivas diversas para melhorar o processo de ensino-aprendizagem. As plataformas adaptativas, abordadas em tópico anterior, são aliadas nesse processo, ao rastrear e disponibilizar informações como as habilidades e dificuldades de cada aluno e oferecer indícios sobre sua forma de aprender. Portais como o QEdu, que reúnem uma série de indicadores educacionais sobre os municípios brasileiros, também são úteis para as secretarias de educação estabelecerem metas e planejarem intervenções que ajudem a melhorar a qualidade da educação em suas redes.

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Sala de aula invertida

No método de ensino tradicional, o professor ensina determinado conteúdo na sala de aula e, a partir daí, demanda tarefas de casa. “Justo no momento em que o aluno vai ter dúvidas, o professor não está”, comenta Tatiana. Por isso, o método da “sala de aula invertida”, como sugere o nome, trabalha no sentido oposto: primeiro os estudantes se iniciam em determinado assunto sozinhos, em casa, com a ajuda de textos, vídeos e outros recursos, e fazem o “dever de casa” na escola, quando podem tirar dúvidas, discutir e aprofundar determinados aspectos com os professores e colegas.

Uso do Território

A sala de aula está deixando de ser vista como o único espaço de aprendizagem utilizado pela escola. A ordem do dia é aproveitar a comunidade do entorno, teatros, museus e outros locais como oportunidades de adquirir conhecimento.

Desenvolvimento Socioemocional

Empatia, liderança, resiliência, dentre outras habilidades socioemocionais têm sido cada vez mais valorizadas pelo mercado de trabalho. Algumas empresas, inclusive, têm colocado essas competências acima de alguns conhecimentos específicos, na crença de que é mais fácil levar um funcionário a adquirir determinado repertório que esperar que ele adquira certas posturas e comportamentos. As escolas, cientes de que essas competências não são inatas – ou seja, podem ser aprendidas e praticadas –, têm se preocupado cada vez mais em promover seu ensino intencional.

Tatiana Klix participou do Imersão Educação, programa de preparação e decisão de carreira promovido pelo Na Prática. Quer conhecer melhor as oportunidades de carreira no mercado de educação que transforma o Brasil? Saiba mais aqui

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