silhueta de executivo em preto e branco

Trabalhar no mercado financeiro é o sonho de muitos jovens – e uma das trilhas profissionais mais disputadas entre egressos de cursos como Engenharia e Administração.

Por isso mesmo o setor, responsável por financiar grande parte das atividades econômicas do país, possui processos seletivos bastante concorridos.

Dentro da Egon Zehnder, a maior firma de headhunting do mundo, André Abram – que também é integrante da rede Líderes Estudar – está acostumado a ver executivos com currículos extensos e anos de experiência. Aqueles que chamam mais a atenção dele, no entanto, são os que têm histórias de transformação – e sabem contar como se envolveram com elas.

No mundo do headhunting – termo normalmente associado ao recrutamento das posições “C level” (CEO, CFO, CMO, e outros cargos de alta liderança) – André se especializou em recrutar talentos para o mercado financeiro como presidentes, vice-presidentes e diretores.

Mesmo lidando diariamente com profissionais de nível bastante sênior, ele acredita que é possível começar a montar sua própria “coletânea de transformações” desde cedo. “Há fortalezas que podem ser desenvolvidas em qualquer idade”, explica.

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Construindo a trajetória

Para além das habilidades tradicionais valorizadas nos aspirantes a ingressar no mercado financeiro (capacidade analítica, saber lidar com pressão e estar disposto a trabalhar longas horas) o headhunter  aconselha a construção de uma trajetória de carreira que também traga à tona outras capacidades. 

Entre elas está a capacidade de fazer as coisas acontecerem e agir como dono do problema. No jargão dos recrutadores, o famoso “sentimento de dono”.

Ele frisa que este comportamento não tem nada a ver com arrogância, e sim com enxergar além de sua própria área e trabalhar para encontrar soluções que melhorem a empresa como um todo.

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Habilidades valorizadas

A curiosidade também é um dos pontos mais importantes. “Se você não está curioso para saber o que está acontecendo com você, com o mercado, com os competidores ou com outras áreas, não chega lá”, diz.

De acordo com ele, essa habilidade pode ser desenvolvida assim que você quiser, e ainda ajuda a afinar uma série de outras competências.

“Seja lá qual for o projeto – profissional, universitário, pessoal –, a pessoa pode conseguir fugir de seu escopo e ver como outras pessoas, setores e universidades fizeram coisas parecidas”, explica.


André Abram [divulgação]
[André Abram / Divulgação]


Uma vez com o projeto redondo em mãos, é hora de testar sua resiliência e aprimorá-lo ainda mais. “Quando achar que está muito bom, chame a pessoa mais crítica para marretar este projeto”, aconselha. “Está em nosso controle desenvolver a humildade e a autoconfiança de falar: ‘Adoraria que alguém encontrasse dez defeitos aqui’.”

Para André, ter uma curiosidade extrema a ponto de querer ser provado errado é o que determina o sucesso na juventude. “E é maravilhoso trabalhar isso nessa idade, porque tem um elemento emocional muito forte e fica difícil desenvolvê-lo mais tarde.”

Currículo básico

Para quem quer uma carreira longeva no setor financeiro, ter uma base forte também é fundamental. E isso envolve a escolha de onde começar a carreira.

“Trabalhar em empresas de auditoria, consultoria de finanças, bancos de investimento ou áreas de crédito, por exemplo, ensinam muito sobre as áreas core e servem como uma primeira fase para a trajetória profissional”, diz ele.

Outra boa ideia para arredondar o perfil é participar da construção de um projeto, como uma nova unidade ou um novo negócio.

Assim é possível ver o progresso de dentro ao longo de todas as etapas, da implementação da tecnologia ao back office e às estratégias de go to market, como é chamada a estratégia de entrar de forma competitiva em um mercado.

“Participar desse tipo de projeto te ajuda a ter uma visão abrangente e te prepara para uma nova fase na carreira”, aconselha.

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Um jovem que conseguiu vivenciar essas bases da profissão acaba naturalmente mais curioso, com mais ideias, mais provocações e mais valor a agregar para as empresas do mercado financeiro.

Quando questionado sobre o que fazer desde já para chamar a atenção do mercado, André lista três tendências de recrutamento para posições de liderança. Apesar do mercado financeiro ser sua área de expertise, as dicas não se aplicam somente a este setor.

1. Novos papeis em indústrias estabelecidas

Seja num grande banco ou numa organização de bens de consumo, novos papeis estão surgindo o tempo todo. Indivíduos capazes de trabalhar com Big Data ou tratar de canais digitais, assim como gestão de risco e o chamado orçamento “base zero” (uma abordagem nova e alternativa à orçamentação tradicional), por exemplo, têm cada vez mais demanda.

2. Habilidade para mudanças

“A transformação agora precisa ser muito mais rápida, independente do setor”, conta.

Logo, é importante demonstrar que não só você é capaz de assumir desafios transacionais, como já o fez! Isso significa conseguir mostrar que, ao longo da sua trajetória acadêmica e profissional, você conseguiu levar algo do ponto A ao ponto B.

“Para fazer uma organização inteira mudar, é preciso ter um agente de mudança que consiga transpassar diversos níveis.”

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3. Turnaround

Postos consultivos com viés de transformação estão em franca ascensão. “É o papel de turnaround em gestões operacionais”, resume ele, fazendo referência ao processo de mudanças radicais dentro de uma empresa, com o objetivo de atingir resultados ainda melhores.

Ou seja, serão valorizados profissionais capazes de dar consultoria e ajudar as empresas a passarem por essa transformação.

Participar desse tipo de empreitada é uma ótima oportunidade para quem está no começo da carreira aprender muito – e de maneira intensa – sobre diversas áreas.

Transformação é chave

De volta ao ponto inicial, André enfatiza a importância de dar tudo de si na juventude. “É uma fase da vida em que você precisa demonstrar que é capaz”, conta. “Orgulho pequeno e entrega grande são sempre melhores que o contrário.”

Seu conselho final é que vale a pena insistir um pouco mais, mesmo que o lugar não seja perfeito, se isso lhe der a oportunidade de crescer. 

“É importante ter flexibilidade e ir onde há uma grande história para contar”, conclui. “Se te deram os limões, faça a limonada e esqueça que a fruta é meio ardida – isso é um mindset muito valioso e que faz um bom executivo.”

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