Homens participam de conference call em sala de reunião

“Desde o começo da faculdade eu já sabia que queria consultoria”, confessa Armando Zurzolo, que hoje trabalha como associate no escritório de São Paulo do The Boston Consulting Group (BCG), uma das três maiores consultorias estratégicas do mundo – grupo conhecido como de Big Three.

No final do ano passado, ele se formou em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de São Carlos. Lá, todas as experiências convergiram para a carreira em uma grande consultoria. Foi coordenador do consulting club de sua cidade, e considerou a passagem pela Produção Jr., empresa júnior de seu curso, “uma espécie de pré-consultoria em termos de rotina de trabalho e desafio intelectual”.

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Jun Tomida também se formou em Engenharia de Produção em 2014, pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), e hoje é associate no BCG. Ao contrário de Armando, porém, a opção por uma carreira em consultoria não estava clara desde cedo.

Apesar desta ser uma opção profissional comum entre os alunos da Escola Politécnica, foi só durante o período final do curso, quando passou alguns anos na Universidade Técnica de Darmstadt, na Alemanha, que começou a cogitar seguir carreira nessa área.

“Em consultoria, você está sempre em contato com diversas coisas diferentes, e isso me atraiu muito nesse mercado”, explica Jun. “Acho que essa necessidade de ter curiosidade e habilidade analítica, avaliar um problema e quebrar em várias partes para resolvê-lo, tem tudo a ver com o curso de engenharia”.

Jun regressou ao Brasil em meados de agosto, época em que estavam começando os processos seletivos das grandes consultorias – normalmente o recrutamento ocorre no começo de cada semestre. O jeito foi se apressar. “Tive uma semana para me preparar, e o primeiro case que resolvi foi na própria entrevista”, ele admite.

Programa de estágio

Em comum, os dois aproveitaram o estágio como porta de entrada para a carreira de consultor. Normalmente, as grandes consultorias (McKinsey, Bain, A. T. Kearney, Kaiser Associates, Integration, FALCONI, além do próprio BCG) recrutam em três momentos: universitários (por meio do programa de estágios); recém-formados ou formados há no máximo dois anos (contratados como associates); e egressos de cursos de MBA.

O BCG possui um programa de estágio voltado para alunos no penúltimo ou último ano da faculdade, sem restrição de cursos. “O estágio te prepara, te dá o primeiro contato com consultoria, e é muito melhor iniciar como associate depois de já ter tido a experiência de estagiário”, opina Jun.

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Lá, o período de estágio é variado, pode ser de apenas alguns meses, como foi o caso de Jun, ou até um ano, como ocorreu com Armando. Durante esse tempo, o estagiário fica alocado em uma área de atuação específica, chamada de “prática”. Armando trabalhou na prática de bens de consumo.

“Eu contribuía em propostas para novos projetos, além de gerar conteúdo para a prática de bens de consumo, como pesquisas e insights, de forma não só a ajudar as equipes e seus projetos, mas também gerar conhecimento do mercado para clientes e interessados em publicações do BCG”, ele explica. Em um dos projetos que apoiou, tinha que entender a percepção do consumidor com relação à economia e o consequente impacto na intenção de compra do mesmo, o que envolvia desde a adaptação de um questionário global a ser respondido pela população até a análise dos dados coletados. O conteúdo gerado por essa e outras pesquisas é incorporado pelo knowledge team e passa a fazer parte do conhecimento agregado do BCG.

“Como estagiário, você tem contato direto com sócios e principals da prática em que está alocado. Essa exposição é muito interessante, porque te dá à chance de discutir diretamente com uma pessoa mais sênior da indústria”, comenta Armando. Dessa forma, cada estagiário tem um sócio responsável, e no final, é ele quem decide se vai ser realizada ou não uma oferta de contratação como associate.

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Dependendo das demandas do escritório, o estagiário pode dar apoio em mais de um projeto, ou focar em algum módulo de projeto específico. No caso de Jun, ele teve a possibilidade de ter sob a sua responsabilidade um projeto inteiro, na área de logística, desenvolvido sob a supervisão de um dos principals. “Foi um trabalho de pesquisa, mas também com bastante análise, buscando tirar novas conclusões”, ele explica.

Ao comparar suas atividades, enquanto estagiário, com a posição de associate, que ocupa atualmente, Armando defende que a complexidade do trabalho é a mesma. “A diferença é que, como agora trabalho full-time, isso aumenta não só a minha carga de trabalho, mas também a minha exposição nos projetos”, comenta.

Flexibilidade 

Como estudava em São Carlos e o escritório da consultoria fica na capital, Armando trabalhava part-time, e fazia regularmente a viagem entre uma cidade e outra, que dura cerca de três horas. Para ele, o BCG é bastante flexível quanto à carga horária dos estagiários.

Jun concorda. “O BCG sempre deixou bem claro que o foco é garantir que a gente se forme, o que é vantajoso para todo mundo. Não adianta exigir muito do estagiário se para isso ele vai ter que ir mal na faculdade”. Segundo ele, a grade horária na Escola Politécnica é bastante irregular, o que fez com que também demandasse certa flexibilidade no tempo dedicado ao trabalho.

Durante o estágio, eles trabalharam do próprio escritório do BCG, ao contrário do que ocorre com os consultores, que passam a maior parte do tempo em projetos na sede do cliente. “No período de férias da faculdade é possível se dedicar mais e, consequentemente, ter um contato maior com os projetos”, explica Jun.

Esta reportagem faz parte da seção Explore, que reúne uma série de conteúdos exclusivos sobre carreira em negócios. Nela, explicamos como funciona, como é na prática e como entrar em diversas indústrias e funções. Nosso objetivo é te dar algumas coordenadas para você ter uma ideia mais real do que vai encontrar no dia a dia de trabalho em diferentes setores e áreas de atuação.

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