David Michelsohn servindo cerveja Jupiter

Quem frequenta os bares de São Paulo pode ter a sorte de encontrar no cardápio algumas cervejas da cervejaria Júpiter. O que esses apreciadores de uma “gelada” geralmente não imaginam é a trajetória dos três irmãos Michelsohn, que são os responsáveis pela fundação dessa cervejaria. Um deles, David Michelsohn, batalhou bastante em outras áreas antes de perceber que a paixão por cervejas podia se transformar em sua profissão.

Trajetória

O trabalho faz parte da vida de David desde cedo. “Aos 12 anos, nas férias de verão, trabalhava como contínuo na empresa do meu tio. Com 18, trabalhava como extra em buffets de festas corporativas. Morei fora duas vezes e trabalhei como lavador de pratos, cozinheiro e até numa plantação de bananas. Formei-me em Desenho Industrial e trabalhei alguns anos como designer.” Aos 33, quando trabalhava na redação de uma das grandes revistas do país, na Editora Globo, resolveu cursar pós-graduação em Jornalismo.

Mesmo admirando a profissão de jornalista e investindo nela, David foi surpreendido com uma demissão seis meses antes de apresentar sua monografia na pós-graduação, no final de 2011.  “Eu era cervejeiro caseiro quando fui demitido. Já era apaixonado por cerveja nessa época e estudava muito. Durante os meses de dezembro, janeiro e fevereiro as contratações no mercado editorial costumam ser fracas e resolvi me dedicar ao hobby. Lendo sobre as histórias das cervejarias americanas tive a ideia de começar a produzir sob contrato. Chamei meus irmãos e montamos as planilhas financeiras da nova empresa (que só existia em nossas cabeças). Em fevereiro de 2012 decidimos que lançaríamos nossa cerveja comercialmente”, lembra.

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O sucesso que as cervejas caseiras produzidas por David faziam entre os amigos foi importante para o início do negócio. “Meus amigos já bebiam minha cerveja e adoravam, me deram muita força. E os familiares apoiaram a iniciativa dos três irmãos. Eu acredito que toda essa energia positiva me encheu de autoconfiança, extremamente necessária quando se inicia uma empreitada dessas”, ressalta.

David Michelsohn
Os irmãos Michelsohn, fundadores da Jupiter [AcervoPessoal]

Com todo esse apoio e com a qualidade do produto, a Júpiter passou a conquistar seu espaço comercialmente e já pode ser encontrada em mais de 350 estabelecimentos somente em São Paulo, e outros espalhados por seis estados do Brasil.  Os prêmios vão se acumulando, mesmo com pouco tempo de existência da marca, e a produção comercial já chega a dez mil litros por mês. No início de dezembro, David inaugurou a tão aguardada Chopperia São Paulo. “Fazer esse projeto se tornar realidade foi um processo longo, com uma curva de aprendizado bem íngreme. Fiquei muito ansioso em diversos momentos, especialmente na reta final. Mas me preparei de acordo, escolhi parceiros com boa experiência no ramo e tudo correu bem”, anima-se.

Preparação 

Obviamente, David é um apaixonado por cervejas, mas só isso não era suficiente para que ele pudesse se dedicar à produção dessa bebida. Ele fez diversos cursos na área, participou da primeira turma de Administração dos Negócios da Cerveja da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e, hoje, é jurado reconhecido em concursos de cerveja. “Ainda não considero minha formação completa. Todos os dias encontro pessoas que sabem muito mais do que eu e penso que ainda preciso estudar bastante para chegar perto de meus colegas de trabalho”, diz, de maneira humilde.

Os conhecimentos dos tempos em que trabalhava com comunicação ainda são bem úteis na nova rotina. “Uso muitas habilidades das minhas antigas carreiras. Cuido com muita atenção de toda a parte de comunicação. Crio os rótulos, pauto a agência que cria conteúdo para o Facebook, escrevo releases, falo com a imprensa. Mas também precisei aprender muito sobre gestão, vendas e finanças, além, é claro, de aprender muito sobre produção de cerveja”, revela o empreendedor.

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Propósito

David não esconde o entusiasmo por, finalmente, ter encontrado sua paixão profissional. Mas ele lembra que também existe outro lado não tão atrativo nisso tudo. “Confesso que no início fiquei deslumbrado. É muito bom trabalhar com aquilo que você gosta. E as pessoas ficam muito felizes de conhecer um cervejeiro. É o mais próximo que eu vou chegar de ser um astro do rock (risos)! Mas tem o outro lado. Qualquer pessoa que tem algum sucesso no trabalho tem sempre muito trabalho para ser feito. São 12 a 16 horas de trabalho por dia, seis, às vezes sete dias por semana. Parte do trabalho é muito agradável mas carrego muitos barris e caixas de cerveja. É o famoso glamour cervejeiro!”, brinca.

Para aqueles que não estão satisfeitos com o emprego atual, ele tem conselhos. “Quando olho para trás vejo que há quatro anos eu era um desempregado e hoje tenho muito trabalho para fazer. Eu era feliz no meu trabalho anterior, então meu ponto de vista é um pouco inusitado. Mas acho que se você está num emprego que não agrada, o caminho mais seguro é estudar sobre uma nova área, se aproximar de players do mercado e conhecer em primeira pessoa como funciona o segmento que interessa. Mesmo para dar o salto de cabeça, tem que se planejar.”

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