Mesa de edição de televisão

“Pede pra sair, 02!” A frase remete a uma cena marcante do cinema nacional, viva na memória da grande parte dos brasileiros hoje. Em 2007, quando estreou Tropa de Elite, dirigido por José Padilha, a produção não tinha a pretensão de ser o sucesso que foi. O segundo filme, em 2010, bateu todos os recordes de público, arrastando mais de 10 milhões de espectadores ao cinema.

Além da sequência e outros títulos atraentes ao grande público, duas leis ajudaram a impulsionar ainda mais a indústria cinematográfica brasileira nos últimos anos. Em 2011, a Lei da TV Paga determinou um tempo mínimo (hoje de 3 horas e 30 minutos) de programação nacional por semana no horário nobre. Outra lei passou a obrigar cada sala de cinema a transmitir um número mínimo de produções nacionais.

Com isso, o país alcançou a posição número 12 na lista de maiores economias do setor audiovisual. Segundo a Agência Nacional de Cinema, a arrecadação de recursos para investimentos aumentou 17 vezes em um ano, e o número de produções nacionais aumentou de 1.926 para 3.298 em dois anos. A Associação Brasileira de Produtoras Independentes de Televisão (ABPIT) também dobrou o número de associados.

Por reunir os estúdios dos dois maiores canais brasileiros, a Rede Globo e a Rede Record, o Rio de Janeiro é a cidade com maior proporção de oportunidades no setor. Lá, são finalizados 55% dos filmes brasileiros e produzidos 20% de todo o conteúdo audiovisual do Brasil. Segundo dados da Firjan, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, o estado do Rio tem 26.000 empresas e 96.000 funcionários na indústria criativa.

Com um crescimento acima da média, faltam profissionais qualificados em praticamente todos os âmbitos da indústria: de maquiadores e cenógrafos até roteiristas e sonoplastas. “Ainda que o volume da produção seja grande, o retorno financeiro não acontece na mesma escala que em Hollywood”, explica o presidente da ABPIT, Marco Altberg. “Por isso, as leis de incentivo são tão importantes”, comenta.

Imprensa
Se o setor cinematográfico vai bem, o mercado de notícias e fatos, por outro lado, sofre com a queda no número de leitores dispostos a gastar dinheiro comprando jornais e revistas. Uma das consequências dessa diminuição das vendas foi o repasse de dez títulos da Editora Abril, a maior do país, para a Editora Caras. O Jornal do Brasil, fundado em 1891, parou de rodar a versão impressa em 2010 e focou na edição online. Outros jornais brasileiros como o Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e O Globo passam, constantemente, por reduções no quadro de funcionários na tentativa de estancar as finanças.

Os novos profissionais que pretendem entrar neste mercado – desde áreas administrativas, até produtores de conteúdo, como repórteres – devem também focar em formação digital. “O avanço tecnológico é inevitável, mas o que importa é o conteúdo de qualidade”, comenta Marco. Seu conselho foi, na verdade, para produtores independentes de cinema, mas vale para todos aqueles interessados em trabalhar com a indústria de mídia e entretenimento.

Dessa forma, profissionais que entendam de usabilidade de aplicativos, redes sociais e relacionamento digital com clientes e arquitetos de informação passam a ser ainda mais valorizados. Com a quantidade cada vez maior de informações disponíveis, profissionais com capacidade de analisar bancos de dados e fazer leituras didáticas traduzindo as informações para os leitores, como economistas ou engenheiros, também conseguem encontrar vagas.

De acordo com um relatório da consultoria PwC, os segmentos digitais vão crescer a ritmos mais fortes que os não digitais. O aumento da popularização de smartphones e tablets é um dos grandes responsáveis por isso. Em 2011, o acesso à internet por aparelhos celulares e tablets cresceu 40% e chegou a 1,2 bilhão de pessoas. Até 2016, esse número vai para 2,9 bilhões. Com isso, mais que dobram também as chances de encontrar novos espectadores.

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