Jovens discutindo em sala
Earnest

Em 2009, o americano Louis Beryl tentou sem sucesso conseguir um empréstimo para ajudar a pagar a mensalidade de seu MBA em empreendedorismo na Universidade de Harvard. A resposta negativa, no entanto, lhe rendeu o insight para um novo modelo de negócios.

Com um diploma em Engenharia Financeira pela Universidade de Princeton e prestes a entrar em uma das mais prestigiadas escolas de negócios norteamericanas, Louis sabia que seu currículo lhe garantia uma alta probabilidade de devolver o dinheiro que estava pedindo, porém os bancos não estavam muito interessados em seu LinkedIn.

A experiência levou o jovem executivo a criar a Earnest, startup que oferece pequenos empréstimos individuais com base em fatores de mérito. O termo não tem tradução precisa para o português, mas o significado está próximo de correto, honesto e prudente. A empresa analisa o potencial de ganho da pessoa, levando em consideração, por exemplo, currículo e histórico de trabalho, ao invés do histórico de crédito tradicional usado pelas grandes instituições financeiras.

Fundada oficialmente em 2013, só começou a operar de fato no ano seguinte, alcançando a marca de 8 milhões de dólares em emprétimos. Os principais clientes são jovens recém-formados, entre 22 e 34 anos.

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A Earnest não pode ser considerada propriamente um banco, e em nada se parece com um. O escritório abriga uma equipe pequena e segue uma combinação de arquitetura e design casuais, típicos de startups, bastante diferente dos grandes bancos em que Louis havia trabalhado antes de empreender – ele tem passagem pelo Morgan Stanley, Deutsche Bank e o hoje inexistente Lehman Brothers.

A startup faz parte de um movimento de várias empresas jovens que utilizam novas tecnologias para oferecer empréstimos a pessoas e pequenos negócios que não teriam acesso aos empréstimos tradicionais. Louis vê esse ecossistema em ebulição com otimismo: “Todas essas inovações e esses credores alternativos são muito positivos e podem ajudar a economia norteamericana”, ele disse, em entrevista para o site BankInnovation.

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Inspiração asiática Também faz parte desse grupo a Prosper. Fundada em 2005, tornou-se uma das pioneiras na área. Trata-se de uma espécie de marketplace onde pessoas físicas podem emprestar dinheiro umas as outras. A esposa de Chris Larsen, um dos empreendedores, é do Vietnã, e foi lá que o executivo teve a inspiração para criar sua startup. No país asiático, os empreendedores se juntam em cooperativas chamadas hoi, e então reúnem recursos para oferecer emprétimos informais uns aos outros.

Max Levchin, um dos fundadores do PayPal e entre os maiores experts em pagamento online no Vale do Silício, também resolveu entrar nesse mercado. Em 2012, junto com dois outros sócios, ele fundou a Affirm, e é ambicioso em seus objetivos: quer substituir o uso do cartão de crédito em compras online.

Se o e-commerce em que você está comprando tiver firmado parceria com a startup, estará disponível um botão “Pagar com Affirm”. Clicando ali, você faz log in através do Facebook ou outra rede social, e a Affirm cuida da transação, ganhando uma porcentagem do valor. O cliente escolhe a melhor opção sobre quando e como poderá pagar a Affirm, e a compra é aprovada na hora.

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Hábitos antigos Para Max, a proposta é a versão moderna de uma prática antiga, ainda existente em cidades pequenas. Em uma loja em que vendedor reconhece quem você e conhece a sua história, provavelmente é possível deixar um pagamento em aberto até o final do mês. Para conhecer as pessoas, a Affirm lança mão de um complexo algoritmo que reúne informações de seu perfil nas redes sociais e de seu histórico de compras online e determina instantaneamente se você é confiável. Se a resposta for não, você não verá mais o botão oferecendo a possibilidade de comprar através da empresa.

Da mesma forma que a Earnest, seu escritório em São Francisco não lembra o ambiente formal dos bancos, embora reúna diversos talentos da área das finanças. A sede da empresa ocupa dois andares de um prédio histórico, e o ambiente de trabalho se assemelha a um loft: o espaço é todo aberto, com pé-direito alto, pisos em madeira rústica e mesas de trabalho repletas de bancos e pessoas debruçadas sobre seus notebooks.

Esta reportagem faz parte da seção Explore, que reúne uma série de conteúdos exclusivos sobre carreira em negócios. Nela, explicamos como funciona, como é na prática e como entrar em diversas indústrias e funções. Nosso objetivo é te dar algumas coordenadas para você ter uma ideia mais real do que vai encontrar no dia a dia de trabalho em diferentes setores e áreas de atuação.

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