Latas vazias

Quando Mario Fernandes começou a graduação em engenharia mecatrônica, ainda não imaginava trabalhar na área de negócios, ainda mais em operações. Depois de cinco estágios diferentes durante a faculdade, percebeu que queria ter uma experiência mais consistente de mercado – para futuramente empreender – e decidiu prestar o trainee da maior cervejaria da América Latina, a Ambev. “Conversei com algumas pessoas que trabalhavam na empresa, e todas diziam ter experiências muito enriquecedoras em um curto espaço de tempo. Elas afirmavam que era possível assumir responsabilidades grandes desde cedo, que tudo acontecia muito rápido lá dentro”, conta Mario.

Selecionado, ele passou por diversas áreas da empresa, até se fixar em operações – apesar de um preconceito que guardava sobre a função de sua experiência em outras empresas. “É uma área menos glamorosa. Você não vai ficar em um escritório no Itaim, e sim trabalhar em um centro de distribuição, usando equipamentos de segurança e almoçando na fábrica. Isso acaba afastando muitos talentos dessa área, pois algumas pessoas podem imaginar que o profissional de operações acaba ficando esquecido, estagnado. Pelo contrário: nessa função é muito mais fácil se destacar e crescer”, diz.

Essa foi uma das razões pelas quais Mario aceitou o desafio. “Eu sabia que tinha mais chances de chegar a uma posição de liderança mais cedo e poderia trabalhar com gestão de pessoas e formação de equipes, habilidades que eu queria desenvolver”, diz. As outras duas razões foram as experiências que a área oferece – do planejamento, análise e raciocínio até a execução de projetos – e o gerente responsável pela área. “Ele me apoiava no início da carreira e poderia ser um bom mentor para mim.”

Liderança e jogo de cintura
Para aqueles que ainda estão indecisos sobre se devem trabalhar com operações, Mario oferece mais motivos: esta é uma área estratégica na empresa – algumas delas têm 75% do quadro alocados nesse departamento –, e haverá a possibilidade de ajudar a desenvolver pessoas. “Há poucos profissionais capacitados trabalhando nessa função, portanto, emprego não falta. Aos de coração forte, é uma área com muita adrenalina. O contexto pode mudar de uma hora para a outra, e as fábricas e entregas não podem parar. Trabalhar com essa imprevisibilidade ajuda você a desenvolver um jogo de cintura”, afirma.

Apesar de gostar muito do trabalho, depois de quatro anos e meio, Mario decidiu ir para os Estados Unidos fazer um MBA em Harvard. Fora do país, teve contato com pessoas de culturas e contextos diferentes, inclusive conheceu quem viria a ser seu sócio. Juntos, criaram a Mobly, empresa que vende móveis pela internet. Para entregar seus produtos, a maioria deles bem grandes, em todo o Brasil, a experiência e o jogo de cintura que conquistou durante seus anos em operações na Ambev ajudam muito.

Esta reportagem faz parte da seção Explore, que reúne uma série de conteúdos exclusivos sobre carreira em negócios. Nela, explicamos como funciona, como é na prática e como entrar em diversas indústrias e funções. Nosso objetivo é te dar algumas coordenadas para você ter uma ideia mais real do que vai encontrar no dia a dia de trabalho em diferentes setores e áreas de atuação.

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